Vou-me atropelar em pensamentos, mas prometo que vou tentar fazer-me entender...queria falar sobre a possibilidade de ter um outro filho. Sim, é verdade e está verbalizado, ao final de quase 4 anos de a minha vida ter mudado drasticamente e de ter dito que nunca mais queria voltar a passar pela experiência de ter outro bebé nas mãos (sim porque porque a parte do Parto, quem me conhece sabe que gostaria de repetir) e de prescindir de novo de ter vida própria , parece que só agora ultrapassei a barreira psicológica, mas sobretudo hormonal. Ou não? A vontade de sobretudo dar um irmão/irmã à minha filha faz agora mais sentido que nunca e nos últimos tempos também me apercebi que ter vida própria já não é fazer noitadas, ir ao cinema e ao teatro , jantar fora, viajar para todo o lado e estar com os amigos a toda a hora que infelizmente percebi, começam a escassear, ou para não ser demasiado injusta temos vontades diferentes. Outro dado muito importante é que perceber e assumir que já não tenho 30 e poucos e muito menos 20, sobretudo em corpo porque em espírito esse continuará indomável. Agora com o bom tempo, das cervejas ao final do dia é que não seria capaz de prescindir, mas são tão de vez em quando, que até se poderia negociar e a miúda já é mais "portátil " e sobretudo autónoma para nos permitirmos a estar descansados numa esplanada em final de tarde.Mas , agora...logo agora...em que não vejo sequer um futuro para mim e para os meus, não seria de extrema irresponsabilidade colocar neste mundo, aqui e agora uma criança ?As dúvidas recomeçam, mas olho à volta e todos estão no segundo filho ou a caminho dele e até conseguem, com todo o esforço, dedicação e sacrifício e amor e, e , e .....e pergunto-me se têm uma vida económica estável, essa é a grande questão e nem tanto o facto de ter um filho aos 39 anos. Enquanto escrevo ,oiço atrás de mim quem nos garante o sustento (é que eu e o pai da criança somos co-workeres) a tentar desesperadamente encontrar qualquer trabalho...Mete medo, a sério que mete, acho que muito mais do que ter que voltar à rotina das noites mal dormidas, do cansaço e da canseira, das papas e dos dentes, das cólicas e das birras, dos terrible 2 e do bolsar. E nem me posso queixar, a primeira foi tão, mas tão boazinha (enquanto bebé) que até tenho medo de estar a abusar da sorte num segundo. Mas depois vejo a fotografia da minha irmã mais nova que está de 28 semana e está mais linda e feliz que nunca, leio anúncios de gravidezes e comovo-me, estabeleço relação com uma bebé de 3 meses que já me reconhece e palra para mim, revejo com saudade as fotografias dum tempo que é tão recente mas que parece (e isto deve ter uma explicação científica) que não foi connosco e derreto-me. Ainda ontem ouvi atenta uma conversa entre dois amigos: -Mas tu não queres saber porquê? Não, o que interessa é que ela já cá não está o resto, e afinal porque precisamos nós de saber o porquê de tudo?- Para conseguirmos ter segurança e mais controle sobre as coisas. Ah...e tu tens esse controlo, conheces alguém que tenha?- silêncio ....Não, na realidade ninguém controla absolutamente nada, ninguém sabe o que o amanhã nos reserva , não há certezas mas também não há acasos, não há resposta para tudo e ás vezes é preciso mesmo dar o benefício da dúvida e arriscar, mas também é claro que não podemos viver na incerteza e com medo do desconhecido. E agora ?
vai em frente ! andei anos com essa dúvida, se por um lado sentia de coração que queria mais um filho, por outro a razão dizia que não era uma boa altura e blá blá blá; quando a minha filha tinha 5 anos e a crise económica começou a ser uma realidade, decidimos que o melhor seria desistir da ideia e ficar só com uma filha; dei as roupas todas dela nesse verão ( menos as de bébé que não consegui ), em Dezembro a pílula falhou, engravidei e agora ? não era a melhor altura, mas se formos a ver nunca é ... agora temos duas filhas maravilhosas e estamos tão mas tão felizes e com todas as dificuldades aprendemos a estabelecer prioridades e a viver com menos; mas às vezes menos é mais :)
ResponderEliminarenfim, agora ficava para aqui a falar porque o assunto dá pano para mangas; se querem muito os dois vão em frente ! Desejo-vos as maiores felicidades :)
Acho que nestas coisas o importante é não pensar muito ;) Eu não queria para já, confesso, andei a adiar alguns meses, ora se metia uma vacina aqui, ora se metia um tratamento médico ali, e eu sempre com desculpas. Depois percebi que do que eu tinha medo, e continuo a ter, é de não conseguir, como mãe, educar duas crianças, se às vezes já me questiono tanto só com uma. E, depois, como tu dizes, se a primeira foi tão boazinha, tão fácil, em bebé, por que raio é que haveria eu de querer arriscar em ter um menos fácil? Mas eu sempre quis ter dois. Como filha única que sou, sempre sofri muito na pele a solidão das férias e passeios sem alguém da minha geração com quem partilhar as coisas, e o tratamento super protector dos meus pais, em especial da minha mãe, que via em mim a única hipótese de ser aquilo que ela nunca conseguiu ser, mas que não era o que eu queria para mim, claro está, e que, até hoje, continua focada em mim de uma maneira desmedida porque nunca teve possibilidade de canalizar os seus sentimentos para outro filho. E eu, não querendo ser como ela nem querendo sujeitar a minha filha a isso, porque depois dos 30 começa a chatear a sério, sei que é importante para todos ter dois filhos, saber partilhar e alargar o amor e dividir e confraternizar. E por muito que este verão me apeteça beber cervejinhas aos fins de tarde, agora era a altura ideal em termos de idades dos irmãos. E, pronto, olha, coração ao alto! :)
ResponderEliminarJá me passou...Não consigo ir em frente é demasiada responsabilidade e depois de muito pensar não podemos dar este passo. As incertezas são demasiadas e sobretudo não havendo estabilidade económica (somos 2 a não receber ao mesmo tempo ou a receber 2 meses em atraso) é óbvio que não temos condições emocionais para criar e educar mais uma criança. Talvez seja uma boa ideia tornar-mo-nos em família de acolhimento, mas isso também é uma outra e longa conversa....
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