segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Amigos pelo Mundo #2- São tomé e Principe

 A Margarida está em missão em África e ela, acho que sabe porque já lhe disse várias vezes, tem a minha maior admiração e respeito, por tudo aquilo que está a fazer. Não é fácil para ela e para os que cá ficam e que estavam habituados a ela, mas a causa é bem maior e é nisso que nos devemos concentrar. Digo isto não só porque sempre me senti vocacionada para ajudar o próximo, mas não tive a sorte mas sobretudo  a audácia que ela teve, mas também pelas imagens e textos que ela tem partilhado. Mas ela melhor que eu decidiu escrever o texto que se segue e que veio acompanhado das seguintes imagens , que ela gentilmente "me" cedeu depois de lhe ter feito o convite. Agora parem e escutem, é só um instante (e de instantes de constroem as mudanças, minha querida- Obrigada)

"Foi um ideal, ou um sonho, o que lhe queiram chamar, que me trouxe a São Tomé. Quis fazer um intervalo na minha vida e perceber como é a vida para lá das facilidades e do conforto. Descobri que esse ideal, está salpicado de lama, mas que na sua essência traz o Bem aos outros e a mim.
São Tomé e Príncipe é um país de contrastes. A beleza das paisagens faz-nos crer que o paraíso mora aqui. A pobreza das pessoa faz-nos acreditar que parte do inferno passa por aqui. Não há meio-termo... nem nos sentimentos. A felicidade num ápice dá lugar a uma tristeza nostálgica, que logo se transforma numa alegria súbita. É a montanha-russa de sentimentos de que me falavam. Tendo cumprido quase metade do programa de voluntariado, posso dizer que esta é a experiência da minha vida! Aprendi muito, e percebi que para lá de todos os clichés temos o dever de nos fazer felizes! E que isso está ao alcance de qualquer um. Aqui encontro a felicidade todos os dias estampada nos olhos sorridentes de pessoas que nada têm. É nos sorrisos, abraços e beijos das crianças que vou buscar a força que me empurra para a frente, aqui sinto-me tão útil e completa como nunca me senti antes. As saudades doem muito, mais que tudo o resto. As minhas, mas principalmente as que provoco em quem ficou. Aprendi também que as saudades não passam com o tempo, mas vão-se amontoando e crescendo como uma praga. Com isso, descobri como é reconfortante saber que tenho tantas pessoas para quem voltar!
Os dias têm passado entre esta miscelânea de sensações e experiências, entre as paisagens mais belas, a pobreza feia das comunidades e os sorrisos que me relembram a cada instante o que vim cá fazer. Entre o pequeno-almoço da Miguel Bernardo, e o café a meio da manhã no Jasmim. Nos almoços apimentados pelas conversas típicas dos Santomenses, cujo assunto é invariavelmente sexo. Passam pelos copos do final do dia no Chico's ou no Pirata, num jantar no Sr. João ou nas Espetadas, numa ida a Dj Cabelo, e ao fim-de-semana num passeio por uma qualquer praia paradisíaca. Passam pelo calor húmido que se sente a qualquer hora do dia ou da noite. Passam com uma alegria que se cola a mim, difícil de descrever e de querer largar. "



Ás 7: 00 da manhã o despertador não perdoa
Pequeno-almoço na padaria Miguel Bernardo (quando não há pão em casa)
 Iogurte caseiro na esplanada da Miguel Bernardo
 Mercado dos piropos - mercado velho (caminho para a fcj)
sede da Fundação da Criança e da Juventude - onde trabalho
Moldura digital para acalmar as saudades + Notícias do lado de cá
 Sala de aula de Água das Belas
o outro lado do mercado
 Encontro das 6 da tarde
  pôr do sol na cidade
 Jantar típico (banana assada, polvo e búzios)

Só me resta dizer. Obrigada e até já

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