segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

midlife crisis

Deve ser passageiro, aliás assim o espero , esta crise de meia-idade. Se bem que desde sempre tive pavor da morte, da minha morte, de morrer muito antes de fazer o pouco que podemos fazer durante a nossa vida. Porque sejamos sinceros as conversas da vida depois da morte, das vidas passadas, das transformações , da passagem para outro lugar, são muito bonitas e consoladoras para alguns, mas não para mim que só sei e tenho consciência que estou aqui e agora e é só este aqui e agora que me interessa. Enfim, detesto sofrer por antecipação mas é mais forte que eu, alguns pensamentos menos próprios que me assolam de quando em vez e me chegam mesmo a tirar o sono. Só nem quero imaginar quando chegar á menopausa ou mesmo à minha velhice.  Espero nessa altura estar mais tranquila e em paz comigo , com os outros e e com o que me rodeia...Por agora estou confusa. No outro dia, enquanto almoçava ouvi duas senhoras de meia-idade a comentar que com o avançar da idade e apesar de se continuarem a emocionar, têm mais dificuldade em chorar. Choram cada vez menos, disseram uma à outra e isso fazia-lhes confusão…. Também a mim me fez confusão pensar que com o passar do tempo as nossas lágrimas acabam por secar. As emoções são as primeiras a pregarem-nos partidas e o pior é que nem sempre as conseguimos controlar . Confuso, não está a ser? Pois é precisamente como está a minha cabeça. Queria falar dum filme que vi há já algum tempo- um filme maravilhoso, profundamente dramático, com uma história triste mas muito real, tocante no que diz respeito ao sentido das nossas vidas, sem sentimentalismos exacerbados ou lições de vida enaltecedoras mas duma verdade da qual ninguém está distante e com um título singular e certeiro que diz quase tudo: A minha vida sem mim. Não fui capaz de chorar, nem uma lágrima escorreu apesar de estar hipnoticamente comovida e isso deixou-me triste…Ontem curiosamente comecei a ver outro filme, que estava na gaveta há demasiado tempo e que ainda não tendo terminado de o ver, pensei  imediatamente que poderia ter sido escrito a pensar em mim e nos meus pensamentos mais obscuros. Ou será que vocês também pensam como as pessoas reagiriam à vossa morte?

3 comentários:

  1. Eu tenho tanto medo de morrer, que não consigo sequer pensar como reagiriam os outros. Já fui obcecada por isso. Ver o Six Feet Under não ajudou ;)

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  2. eu apenas penso... quando morrer ja nao me preocupo com isso.

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  3. O meu truque é olhar para a morte como uma parte da vida. É isso que a morte realmente é: uma parte da vida. É uma consequência direta do nascimento. E é assim há muito tempo... Não é uma forma fria e distante de a encarar. As emoções estão cá todas.Só lhe (tento) retirar o drama.

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