terça-feira, 15 de outubro de 2013

a nossa vida não é um filme (mas ás vezes sabia bem se fosse)

Foi por esta altura que me encantei com ela, a mãe que capotou. A forma como escreve é inacreditável e prende-me a cada palavra. No post em causa fala num filme que ficou guardado na minha memória e assente na minha agenda, por isso quando soube que iria estrear na festa do cinema francês fiquei em pulgas. Foi a caminho da viagem que fizemos no fim de semana que soube e que estreou, mas quis o destino que ainda hoje houvesse nova oportunidade no Instituto francês. Decidi e entre correrias e crianças lá me lancei a ele, sozinha. Não controlamos nada e assim é a vida. Mas é tão curioso quando ela nos coloca à frente as pessoas certas e em hora quase certa. E foi precisamente esse ajuste dum segundo que fez a diferença, não toda mas a suficiente. Todos nós deveríamos ter uma segunda oportunidade digo. De ouvir a voz. De sentir o cheiro. De fixar com o olhar. De conversar. De dar um último abraço. De sentir tudo de novo mas de modo diferente. Nada muda, excepto o reconforto da despedidas e dos recomeços. Mas antes que me perca: Obrigada Carla ! Porque já tenho quase 40 e porque a vida me está sempre a dar novas chances e de me apresentar pessoas espectaculares e porque essa possibilidade de fazer algo com aquilo que nos é dado, tem que ser devidamente reconhecida e dita em voz alta e com todas as letras. Não quero que nada fique por dizer e muito menos fazer. Sempre foi o que fiz, mesmo que não tenha sido no momento certo. Só isso poderia ter ditado um outro presente, mas é este aqui e agora que me interessa- quem é não gosta de acordar cheia de beijinhos e abracinhos , do ser pequeno mais maravilhoso do universo? Tem sido um prazer este começo de viagem e só pelo facto de eu ter visto este filme hoje e logo depois, um simples e singular sinal do passado  * ter irrompido à minha frente e me ter acelerado o coração, rasgado um sorriso e me ter deixado com os olhos em lágrimas, tenho que estar grata.  Às vezes são precisos perfeitos estranhos, ou pessoas que ainda não nos conhecem com o peso do nosso passado, para nos fazerem ver que afinal somos alguém, não muito diferente de todos os outros, que afinal também são pessoas comuns. Nada acontece por acaso e eu tenho a sorte de estar atenta e predisposta a lidar com ela. Camille redouble ainda vai estar por aí, por isso , passa ao outro e não ao mesmo . E agora se me desculpam vou comprar um walkman amarelo e ouvir aos altos berros e dançar i'm walking on sunshine . yeah yeah !

 * - Em casa dos meus avós havia uma divisão, que era um escritório sala de estar forrado a papel de parede. Chamava-mos-lhe a sala das palmeiras porque era esse o desenho. Ontem, ao sair do cinema, esbarrei com um vestido com precisamente esse padrão, i g u a l ....

4 comentários:

  1. Caraças, quem por aqui passar até vai pensar que ando a fazer alguma coisa de jeito, ali para os meus lados. Obrigada digo eu. Pelo nosso encontro e por esta lufada de caracteres e adjectivos positivos. Caramba.
    Fico feliz por teres gostado do filme, olha a responsabilidade, a partir de agora de cada vez que falar de um filme ou de um livro (fi-lo hoje, glup!) vou pensar duas vezes. Mentira, não vou nada.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. até te ia perguntar se recomendas mais algum que apareça no programa das festas. Pena é que tenha que fazer estas viagens de mota sozinha e que não possamos rir-mo-nos ou chorar juntas depois do Fim. Até breve *

      Eliminar
    2. Ainda vais a tempo do "Quelques heure de printemps" ou do "Du vent dans mes mollets" ?
      Eu, por mim, anotei a tinta permanente uma ida contigo ao cinema, de vespa, bien sûr ! ;)

      Eliminar
    3. ontem foi o du vent e amanhã é o quelques heures. por isso vou ! vens? ;-)
      *

      Eliminar