Na próxima vida, quero nascer homem. A sério isto de ser mulher é o cabo dos trabalhos sem contar com as provações físicas a que somos sujeitas. Cada uma das seguintes fases é um drama ,porque por mais informadas e esclarecidas que estejamos é o nosso corpo que se transforma em algo que não controlamos e bem se sabe como nós, as mulheres gostamos de ter as coisas todas sobre controle. Primeiro são os seios que crescem- a sério só é bonito e interessante anos mais tarde ou nem isso , para as mais e as menos. Há também a questão dos pelos- que no fundo é só uma questão estética e diriam secundária e irrelevante, mas a questão é que alguém um dia se lembrou que eles são para tirar e ao ritmo que crescem ,significam que têm que ser arrancados (sim , é sempre doloroso) demasiadas vezes. Depois chega a menstruação- a sério não há maior destabilizador físico e emocional, que não nos larga todos os santos meses e que como senão bastassem as dores, perdas de sangue e mudanças de humor durante 4 a 5 dias, ainda vem precedida de mais uns dias de tensão- ah pois é ! Mas o pior parece que ainda está para vir lá para a meia-idade (que normalmente também vem acompanhada da respectiva crise) e que representa o fim da juventude- só isto já não bastava?! A menopausa, que depois das alterações hormonais das que ainda passam pela gravidez e maternidade , chega mesmo para nos testar os limites. Vem normalmente acompanhada de afrontamentos, insónias, diminuição da atenção e memória, perturbações na bexiga , seios, vagina, saúde oral, dificuldade na absorção de minerais, cansaço generalizado e alterações de humor. A sério....precisamos mesmo disto tudo ? sim, temos o privilégio de carregar durante 40 semanas (reparem que não disse 9 meses) um ser dentro de nós, que depois vive dependente das nossas mamas por mais uns belos tempos. Atenção não digo que seja mau, eu amei passar por tudo isso, mas escusava era de ter vindo com tantas dores, feridas, sangramentos, tensões, preocupações , privações e mais tantas outras questões. Não, não vou entrar no papel da mulher na sociedade, no emprego, na família, que isso é uma história demasiado grande e que nem é razão suficiente para eu querer , na próxima vida, nascer homem. Não me digam que não tenho razão...
E aturar todas as outras pessoas que não passam por (quase) nada disso - e muitas vezes mulheres também?
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