terça-feira, 22 de outubro de 2013

Poemas da Madalena. edição da autora. 1983

Sempre gostei de trabalhos manuais e de histórias. Tenho a sorte de os ter herdado do lado materno da família. Uma família de homens e mulheres cheios de talentos. Uns públicos e outros caseiros. Como é o caso da minha avó, que desenhava e costurava maravilhosamente e da minha mãe que também tem imenso jeito com a caneta e as aguarelas. Algo que eu não herdei. Mas cada um é como cada qual e cria como pode e sabe. Dos poucos tesouros que sobreviveram ao tempo, este é um deles. Deve ter cerca de 30 anos e foi escrito e encadernado por mim quando era uma criança.Baseado certamente nos pequenos livros que também eles e sobreviveram ao tempo e ás mãos de duas artistas de palmo e meio...
E assim do nada viajei no tempo e vi-me no meu quarto forrado a papel de parede em tons de azul e verde, com o roupeiro ao fundo, a cómoda ao fundo pintada de verde e com os autocolantes colados de lado da minha cama alentejana de metal e pintada de cor de rosa, do armário que foi um loiceiro no meio do quarto, cheio de livros e brinquedo e jogos, da cama baixa da minha irmã mesmo em frente da porta, das nossas secretárias modernaças do pré Ikea de seu nome kit market....ou estaria escondida debaixo da cama a sonhar, ou em cima dela por debaixo dos lençois esticados em modo tenda, ou no meio do quarto com cadeiras tombadas a jogar aos jogos sem fronteiras com a nossa vizinha de cima, ou a brigar com a minha irmã, ou a batizar os nossos nenucos, ou a devorar os livros da plátano editora, ou nas colagens e cortes, ou a feng shui do quarto era outro, ou estaria a escrever este livro....

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