Pois, cá vai mais um choradinho de uma mãe que só precisa que lhe digam que tudo não passa de mais uma fase- quem está farto de ouvir lamúrios pode parar de ler por aqui..... Apesar de tudo ter a sua razão para ser, mesmo que agora não faça sentido nenhum, não entendo porque estamos constantemente a passar por tormentos, que dizem fazem parte das etapas do crescimento- até quando pergunto eu? Acreditamos que a mãe natureza é um sistema equilibrado, mas sabemos que não é bem assim.E atenção que neste ponto não me posso mesmo queixar, pois as minhas questões comparadas com as verdadeiras provações são demasiado insignificantes. Como é possível que ela seja tão cruel para alguns é o que me pergunto? Onde vão essas pessoas buscar as forças que ela lhes tira? Juro que não entendo porque as coisas não correm sempre bem sobretudo aqueles que fazem todos os esforços para levar uma vida dita normal e tranquila.... Ora bem e como sempre nesta cabeça vai um turbilhão de ideias que vou tentar reorganizar, talvez o melhor seja começar de trás para a frente. A minha filha , com quase 3 anos, está (a passar uma fase) insuportável e agora sou eu que suspiro: está mesmo a precisar dum irmão- Mas ter um filho é um acto de grande Amor, consciência e coragem e neste momento sinto-me sem forças, consumida pela energia que a minha filha me consome. Tem nos provocado constantemente e fez, ao final deste tempo todo, uma (mega) birra porque a deixámos (de acordo com ela a "abandonamos"), por umas horas em casa da minha irmã ,com as primas da mesma idade- que quanto a mim devia ser motivo de excitação. Agora deu-lhe para isto, para fazer birras sempre que a deixamos na escola ou em casa dos avós e tios....mas que raio?! Sendo que a pergunta que se segue é: o que estamos a fazer de errado? Ou não sou eu e é ela? Ou somos todos mais ou menos iguais? Curioso ter sido no final desta semana, em que ocorreram uma série de eventos que me trazem aqui e agora. Ainda há pouco no parque infantil enquanto olhava pela minha filha , facto que considero bastante importante dado que ainda é uma menina-bebé, fui levada a assistir a uma cena deveras curiosa e que quanto a mim demonstra que até sou uma mãe equilibrada: Uma criança , cuja mãe se encontrava demasiada absorvida nas suas leituras, não se apercebia que o seu filho estava demasiado obcecado num lugar do baloiço, incomodando com agressividade uma outra criança ainda mais pequena, que tinha a sua mãe impavida e serena ao lado, incapaz de tomar qualquer atitude perante o seu filho que estava visivelmente aflito. Fiz-me entender? Há demasiados pais que não estão nem aí para o que os filhos estão a fazer, deixando-os fazer praticamente de tudo, ainda há aqueles que depositam nas amas internas e externas todas as responsabilidades em educar os seus filhos, depois há aqueles que não sabem ou temem reagir perante a má criação dos outros e ali pelo meio há aqueles pais que deixam que os seus filhos explorar, observando-os cuidadosamente e mesmo que errem ou se magoem ou que magoem, estão lá ao lado para lhes dar a mão e levantar ou se necessário repreender. Como disse noutra ocasião , tento dar á minha filha todas as ferramentas para que cresça dum modo saudável, equilibrado, consciente e relativamente controlado sobretudo quanto aos excessos que hoje em dia nos pressionam. Por isso não entendo porque o que recebo em troca seja, ás vezes, tão cruel. Ser mãe ou pai é uma responsabilidade do caraças...e se temos uma miúda cheia de personalidade então tudo pode acontecer. Dei por mim a pensar em como fui filha e como a minha mãe me educou, a mim e á minha irmã, e percebo que não há formulas para nada e para ninguém. As intenções são sempre as melhores mas existem demasiadas variantes para que as coisas resultem sempre bem e sobretudo do modo como gostaríamos que fosse. Eu quero que a minha filha seja forte, e inteligente, e educada, e respeitosa, e bem-amada, e estável, e querida, e esperta , e independente, e criativa, e audaz, e exploradora, e consciente. Tenho a perfeita consciência que é isso que estou a tentar fazer todos os dias, uns dias melhor que outros, por isso quando as coisas começam a falhar as minhas inseguranças começam a apitar. E depois tenho uma miúda cheia de personalidade e que sendo muito doce, é muito pouco carinhosa ( a grande expectativa/decepção) ....Na creche já me tinham "alertado" para que tivesse punho forte com a pespireta porque ela , sendo uma líder nata ( ou pequena Margaret como lhe chama carinhosamente o pai) tem a capacidade de usar / manipular as pessoas. Mais recentemente foi-nos sugerido que ela, no próximo ano lectivo e quando entrar no jardim de infância, fosse separada das suas melhores amigas porque lhes abafa as personalidades e quando ela chega "destabiliza-as". Ora é tudo aquilo que uma mãe, como eu, não gosta de ouvir. Se por um lado é uma grande qualidade, sem que a gente dê por isso , pode transformar-se num problema e no maior dos meus medos. O desafio agora é por agora maior que eu, e nos tempos que correm, com a velocidade e a quantidade de estímulos a que eles e nós estamos sujeitos, todo o cuidado é pouco. Tenho a perfeita noção que o que tiver que acontecer acontece, mas neste momento só preciso dum sinal, que estou a fazer tudo bem- sim, sei dizer não....Muito mais também não consigo a não ser que me anule (ainda mais) enquanto pessoa e isso não vai certamente ser bom para ninguém, por isso preciso de pistas, conselhos, sugestões ou simplesmente que me digam: é só uma fase, vais ver que vai passar.... Parece-me que andam por aí pessoas cheias de sorte com miúda/os fantásticos e os quais aparentemente não passaram por estes (meus) dramas, é para elas que faço este apelo- sim, também sei que anda por aí muita falsa super-mulher (todos sabemos que elas não existem) . A todos os outros apenas pergunto: como conseguem aguentar ? Agora, só não me digam que a genética me tramou !
Eu acho que achar que a abandonaram é mesmo uma fase.
ResponderEliminarQuanto à personalidade da tua filha, quando somos mães sabemos que é para toda a vida e que os filhos não são iguais a nós. Vamos ter sempre duvidas e culpas mas devemos fazer o melhor que sabemos à nossa maneira pois não há moldes para nós nem para eles filhos.
Também não há mães perfeitas nem filhos perfeitos. Vamos apredendendo com a etapas, tentanto corrigi-los sem os abafar.
A minha filha Maria (quase com 2 anos) está entrar numa fase em que dá mostras do seu géniozinho. Não quer ser contrariada e à minima contraiedade saltam-lhe logo lágrimas gordas... São mesmo espertas e manipuladoras as crainças...
Não desesperes! Coragem que hásde ultrapassar esta fase para entrar noutra.
Bjs
Eu acho que em muitas coisas a tua filha deve ser parecida com a minha. O que eu penso é que a liberdade, independência e confiança que tento transmitir à minha Madalena foram e são muitos importantes para o crescimento dela enquanto pessoa... mas tem um mas... ficou muito dona do seu nariz, a achar que pode e consegue tudo, e o fato é que nem sempre é verdade. Por vezes noto-a frustrada por não conseguir fazer-se entender, ou não conseguir a sua vontade. Tem uma personalidade fortíssima que lhe vai trazer coisas boas e coisas más também. Não existe o certo ou o errado, existe aquilo em que acreditamos, e se fizermos isso acho que estamos a ser bons pais. ter uma irmã para ela foi o melhor que lhe aconteceu... adora de paixão. Ajuda, faz brinca e claro está com tanta confiança e segurança que tem agora quer também aprender a dar-lhe de comer!!! oh meu deus! e diz-me: "oh mãe eu tenho de aprender! eu já tenho 4 e tenho de aprender a cuidar da mana!" amo-a e não mudaria nada! força Madalena
ResponderEliminarQuanto ao abandono... experimenta envia-la de férias! todos fazem isso. Chama-se castigarem-nos. A 1ª vez que foi de ferias com os avós e os primos todos castigou-me. fui ter com eles ao fim de uma semana e a reacção dela inicial foi de alegria ao ver-me a distancia... quando cheguei perto, virou-me as costas e foi para o pé dos avós! Como quem diz, largaste-me aqui e agora queres beijos e abraços! só ao final da tarde é que se foi aproximando... Não te preocupes que estás com certeza a fazer um bom trabalho.