Bem sei que não temos nada que ver com o que
as outras pessoas fazem ou deixam de fazer, com as suas escolhas e estilos de
vida que levam, mas lá no fundo todos temos uma (ou mais) opiniões sobre tudo e
mais alguma coisa. Não temos o direito de fazer juízos de valor, mas é mais
forte que nós não julgar…todos o fazemos a toda a hora e não me venham cá com
falsos pudismos. Por um lado gostava de não ter um filtro bloqueador tão grande
que me impede de chegar ao pé de alguns amigos ou conhecidos e ter a coragem de dizer que aquilo
que estás ou vais fazer é um perfeito disparate, mas por outro todos sabemos
que há um limite na esfera pessoal de cada um de nós, que tem que ser visto e
percebido como um todo. Todos coscuvilhamos e falamos nas costas uns dos
outros, mas se por um lado há coisinhas que não interessam a ninguém, há outras
que me fazem mesmo confusão e ás quais não consigo ficar completamente
indiferente. Há os apaixonados que estão demasiado cegos para perceber que há
limites para tudo sobretudo para a sua dignidade enquanto indivíduo, aqueles
que estão agarrados a comprimidos que só os deixam entorpecidos duma realidade
que não se resolve por si, os aventureiros inconsequentes que mal saíram duma
atiram-se de cabeça para outra sem sequer deixarem os lençóis arrefecer, os que
fazem tantas projecções para o futuro que nunca chegam a viver bem no presente,
os que só vivem para mostrar aos outros tudo aquilo que afinal não são, os que
vivem vidas duplas (in)conscientemente enganando aqueles que, são supostamente
os que os amam incondicionalmente, os que estão tão revoltados com o mundo que só
reagem com aspereza e negativismo, os que vivem acima das suas possibilidades
mas que continuam a queixar-se, os que não conseguem cumprir compromissos, os
que não percebem que por tudo quererem continuam de mãos vazias, os que só vêem
problemas em vez de particularidades, aqueles que merecem muito mais e melhor
mas que se contentam com aquilo que têm, sabendo de antemão que não é o os faz
mais feliz, os que só estão à espera do momento certo para viver na sombra da
bananeira, que é como quem diz à conta dos outros, os neuróticos que vivem para os detalhes e quando algo está fora do sítio é o fim do mundo, os que não se conseguem
libertar do passado e muito menos arriscar no futuro, os que são muito mais
interessantes quando estão sozinhos e se “transformam” quando estão em grupo, aqueles
que só conseguem falar utilizando sarcasmo e ironia, os que têm um ego
demasiado grande, maior que eles diria, os que se movem pelo que o outro diz ou
faz, os que estão tão centrados em si que nem se apercebem nem valorizam os
pequenos gestos dos outros, os que se
deixam levar pela inveja e pelo ciúme e pela raiva e pela vingança, os que mantêm relações fracassadas , os
que só conseguem ter uma data de filhos porque têm uma data de dinheiro, os que não conseguem relaxar, os que só se conseguem projectar no futuro, mas sobretudo aqueles que voltam a cometer os mesmos erros.
Chamem-me cobarde e se calhar com toda a
razão, mas ás vezes nem sempre é fácil chegar à razão e ao coração de algumas
pessoas, e basicamente eu estava a precisar de descarregar de problemas que não
sendo meus, não têm que me consumir. Para quem consegue fazer ver aos outros
aquilo que quase ninguém tem a coragem de dizer, o meu grande bem haja!
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