A Margarida está em missão em África e ela, acho que sabe porque já lhe disse várias vezes, tem a minha maior admiração e respeito, por tudo aquilo que está a fazer. Não é fácil para ela e para os que cá ficam e que estavam habituados a ela, mas a causa é bem maior e é nisso que nos devemos concentrar. Digo isto não só porque sempre me senti vocacionada para ajudar o próximo, mas não tive a sorte mas sobretudo a audácia que ela teve, mas também pelas imagens e textos que ela tem partilhado. Mas ela melhor que eu decidiu escrever o texto que se segue e que veio acompanhado das seguintes imagens , que ela gentilmente "me" cedeu depois de lhe ter feito o convite. Agora parem e escutem, é só um instante (e de instantes de constroem as mudanças, minha querida- Obrigada)
"Foi
um ideal, ou um sonho, o que lhe queiram chamar, que me trouxe a São Tomé. Quis
fazer um intervalo na minha vida e perceber como é a vida para lá das
facilidades e do conforto. Descobri que esse ideal, está salpicado de lama, mas
que na sua essência traz o Bem aos outros e a mim.
São
Tomé e Príncipe é um país de contrastes. A beleza das paisagens faz-nos crer
que o paraíso mora aqui. A pobreza das pessoa faz-nos acreditar que parte do
inferno passa por aqui. Não há meio-termo... nem nos sentimentos. A felicidade
num ápice dá lugar a uma tristeza nostálgica, que logo se transforma numa
alegria súbita. É a montanha-russa de sentimentos de que me falavam. Tendo
cumprido quase metade do programa de voluntariado, posso dizer que esta é a
experiência da minha vida! Aprendi muito, e percebi que para lá de todos os
clichés temos o dever de nos fazer felizes! E que isso está ao alcance de
qualquer um. Aqui encontro a felicidade todos os dias estampada nos olhos
sorridentes de pessoas que nada têm. É
nos sorrisos, abraços e beijos das crianças que vou buscar a força que me
empurra para a frente, aqui sinto-me tão útil e completa como nunca me senti
antes. As
saudades doem muito, mais que tudo o resto. As minhas, mas principalmente as
que provoco em quem ficou. Aprendi também que as saudades não passam com o
tempo, mas vão-se amontoando e crescendo como uma praga. Com isso, descobri
como é reconfortante saber que tenho tantas pessoas para quem voltar!
Os
dias têm passado entre esta miscelânea de sensações e experiências, entre as
paisagens mais belas, a pobreza feia das comunidades e os sorrisos que me
relembram a cada instante o que vim cá fazer. Entre o pequeno-almoço da Miguel
Bernardo, e o café a meio da manhã no Jasmim. Nos almoços apimentados pelas
conversas típicas dos Santomenses, cujo assunto é invariavelmente sexo. Passam
pelos copos do final do dia no Chico's ou no Pirata, num jantar no Sr. João ou
nas Espetadas, numa ida a Dj Cabelo, e ao fim-de-semana num passeio por uma
qualquer praia paradisíaca. Passam pelo calor húmido que se sente a qualquer
hora do dia ou da noite. Passam com uma alegria que se cola a mim, difícil de
descrever e de querer largar. "
Ás 7: 00 da manhã o despertador não perdoa
Pequeno-almoço na padaria Miguel Bernardo (quando não há pão em casa)
Iogurte caseiro na esplanada da Miguel Bernardo
Mercado dos piropos - mercado velho (caminho para a fcj)
sede da Fundação da Criança e da Juventude - onde trabalho
Moldura digital para acalmar as saudades + Notícias do lado de cá
Sala de aula de Água das Belas
o outro lado do mercado
Encontro das 6 da tarde
pôr do sol na cidade
Jantar típico (banana assada, polvo e búzios)
Só me resta dizer. Obrigada e até já
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