quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Educar do e para o coração

Não sei bem o que aconteceu ontem na escola, nunca sabemos quando são elas , as crianças de 6 anos, a contar-nos como correu o dia. Mas sei que ela, para além de baralhada, estava triste, desolada e frustrada, tudo coisas que deixam uma mãe de coração nas mãos.  Tenho noção que há dores próprias do crescimento, que há demasiadas emoções por gerir e sentimentos a enfrentar, mas cada vez mais tenho a noção que são as nossas acções, as dos crescidos que têm o dever de ajuda-los a crescer, com consciência que se tratam de crianças e sobretudo com positivismo. Há que tentar perceber o que se passa, para se resolver tudo o quanto antes e evitar danos ainda mais colaterais. O que menos queria ouvir, a meio dum primeiro ano escolar é que não quero ir para a escola, quero que vocês estejam lá comigo, não gosto dos castigos da professora, não consigo fazer contas , ainda não sei essa letra não vês que são demasiadas coisas que tenho que saber! Tem toda a razão, e também tem razão quando diz que passa demasiado tempo sentada a fazer letras e trabalhos ,e também tem razão em querer falar com os colegas na sala, e tem toda a razão em querer pedir ajuda e nem sempre ter resposta , e tem toda a razão em frustrar-se por não estar a conseguir perceber por que é que o A se lê de tantas maneiras e então o U e o O nem se fala ( porque quase tudo não se escreve como se lê, tipo cuco ! - "mãe , não se diz cu !" ), e tem toda a razão por não gostar de ir para fora da aula ( ?! sim esta tenho mesmo que tentar perceber) ou por ir almoçar na mesa dos mais pequenos ou passar os intervalos a ler o livro de leitura. É claro que eu não estou lá  e o que ela diz pode não ser o que realmente aconteceu, mas o que aqui importa é que ela não mente, mas sente as coisas, como uma criança de 6 anos que é o que ela é, e é isso que nos passa. Também é óbvio que não sou pedagoga profissional, mas tenho para mim que não é zangados, cansados, arreliados e com recurso a castigos que se transmite segurança, animo, incentivo, curiosidade e vontade em aprender. Ai Mum's the boss, nunca fez tanto sentido aquilo que falámos e que gostava tanto que fosse uma realidade...Hoje vou tentar perceber, mas ontem, ajudei como consigo. A conversar, a acalmar, a dar mimo e a criar. A minha sorte é que tenho tantas ideias nas gavetas de coisas que quero fazer, que esta saltou logo em auxílio da minha maiúscula. Haverá melhor instrumento de aprendizagem que um ábaco? Primeiro porque é um jogo , é lúdico e didáctico  , trabalha memórias, ensina as crianças a fazer cálculos  e trabalha o desenvolvimento mental com imagens de forma a que o visualizem e consigam fazer as operações, as contas, potenciando assim a inteligência, sem recurso a máquinas de calcular, lápis ou papel. Foi ir a correr buscar um pedaço de cartão, um fio e as contas de plástico e em meia hora consegui entusiasmar tanto a miúda, que já nem queria ir dormir: "posso só fazer mais uma conta?". A sério que é muito mais simples do que pensamos, isto de fazer as crianças felizes. Podem e devem tentar isto em casa. Fazer é poder !

 mãe sofre, mãe reage, mãe ajuda, mãe mima, mãe feliz, mãe é Mãe e não há outro amor na vida igual ao amor de Mãe, essa é que é essa .Outra ideia aqui pode ser vista aqui, num desses blogues que me inspiram a querer, ainda mais, mudar ...

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