Foi ao ler a entrevista da Sara, que me uma data de memórias e ideias e pensamentos e vontades e frustrações e desejos e curiosidades me vieram à cabeça. Aliás esta maldita cabeça, que não pára um segundo e que quer tudo e mais alguma coisa ao mesmo tempo...ai o tempo, o tempo, a falta que me faz (isso e ter dinheiro), mas enfim não foi para isso que aqui vim mas sim para me lamentar de outras aventuras. Talvez daquilo que mais me arrependa é de não ter levado uma, relativamente boa ou pelo menos prática, máquina fotográfica quando viajei há uns bons anos até NY...bem sei que os tempos eram outros e a minha vida era muito diferente daquilo que é hoje e andava meia que adormecida, mas isso não me consola e não justifica o facto de eu não ter qualquer registo fotográfico duma cidade que me deslumbrou e encantou. Bem sei que tenho uma memória visual e fotográfica singular , mas também isso, apesar de ser uma maravilhosa particularidade na confusão que consegue ser a minha cabeça porque está sempre a pregar-me partidas de memória, não me chega. Lembro-me dos cheiros, das cores, dos percursos, de não parar de olhar para cima, de ser surpreendida a cada esquina, das pessoas, das montras, dos museus, da diversidade e particularidade dos bairros, daquele casal que nos abordou em Chelsea, do restaurante italiano em Little Italy, dos armazéns e lofts no Soho, das bancas que vendem na rua, do metro, da Chinatown, de me desiludir com a estátua da liberdade, de me emocionar no ground 0, dos neons em Times Square, dos esquilos e da neve no central park, da grandiosidade dos museus, da Brooklyn bridge (<3), dos subúrbios, das raças, da arquitectura, dos polícias dos quartéis dos bombeiros, do fumo, da vista do empire state, dos táxis amarelos, da diversidade, do dia, do porteiro coreano do nosso hotel, da noite,das sanitas levarem água até cima, dos lugares que estamos habituados a ver nos filmes, da cidade que nunca dorme , mas não tenho nem uma foto. Está tudo aqui, bem guardadinho e só me consola a perspectiva que os optimistas têm do lado bom das coisas que me dizem: mas se tivesses máquina e fotografasses absolutamente tudo, não terias visto metade do que viveste. Pode ser. espero que sim...No entanto é curioso como se fosse hoje faria tudo diferente. Por outra altura fui de carro com a minha mãe e padrasto até Marrocos, numa viagem por todos os motivos -bons e maus- inesquecível...Dessa vez levei a máquina, mas infelizmente não pude tirar quase nenhumas fotografias, as poucas que tenho foram tiradas quase ás escondidas na cidade turística de chefchaouen e não mostram quase nada do que vi nas aldeias perdidas e escondidas e sobretudo não mostram as gentes e a cultura tão diferente da nossa e tão diferente daquilo que nos mostram que é...Um dia explico. Por agora suspiro e respiro fundo cheia de vontades e desejos em fotografar e sobretudo viajar, que sonhar isso felizmente sonho com fartura !
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