Costumava ser daquelas supersticiosas que tudo fazia pela passagem do ano. Desde cuecas azuis, a notas no bolso, a escrever 12 desejos, a estar em cima dum banco, a estar de pé coxinho, a comer 12 passas, a abrir champanhe, a escrever nomes por debaixo da planta do pé, entre outros disparates...Lia e devorava horóscopos e tentava encontrar o que mais se adequava a mim, que afinal é a sorte de haver tantos vigaristas artistas astrólogos, tarólogos e afins. Também costuma olhar para trás e fazer retrospectivas , para no fundo tentar situar-me na minha vida , perceber se estava a fazer tudo o que era suposto e encontrar as ditas respostas que tentava encontrar nos astros e estrelas e em tudo aquilo que poderiam ser sinais do destino. Percebi, a tempo, que não há nada que possamos fazer . Deixei-me disso, de fazer demasiadas projecções para o futuro e de me lamentar ou sorrir para o que já lá vai. O que realmente interessa é o aqui e o agora. E sim, calha que hoje me sinta tanto de feliz e confiante, como de frustrada e desiludida. Ontem já era. Amanhã, logo se vê. Por mais voltas que se dê, neste caso 365 voltas e tudo "recomeça", a vida continuará a ser sempre um mistério.
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