terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Isto não é um baby blog #

Aos 6 meses de Julia, vejo-me de novo cheia de ansiedade, dúvidas e dilemas....caraças, a mãe natureza devia ser um pouco mais perfeita neste campo, ou então é só a sociedade dita civilizada que só veio complicar o que seria natural, básico e instintivo. Aposto que por outros cantos deste mundo tudo é muito mais fácil e menos cientificamente ou teoricamente explicado. Decidi pedir o prolongamento da licença, para gozar tudo aquilo que tenho direito com o meu novo amor mais pequeno ( ah ! e também porque não há vagas para bebés que entram a meio do ano "lectivo" que no fundo é quando têm idade para isso). Mas se pudesse, ficava muito mais tempo. Não sei se é da idade, do tempo, ou de com este segundo estar (mesmo assim) muito (mas muito)mais descontraída . Resumindo: como está comigo, resolvi amamentar em exclusivo até aos 6 meses . Foi mesmo o melhor que podia ter feito ( se quizer saber porquê, depois explico), mas isso também implica que agora os 6, seja introduzida a diversificação alimentar , assim toda ao mesmo tempo, com todas as consequências que isso implica. Até aqui , tudo bem. Mas vamos ao que me trouxe aqui. A mudança para o seu quarto, que neste caso é mudar para o quarto da irmã de  5 anos, que andávamos a adiar, mas que após consulta no pediatra- que indicou que agora seria A melhor altura, se tornou inevitável. A parte curiosa e interessante é constatar que em situações " limite" somos capazes de nos desenvencilhar muito melhor que se andássemos por aqui a fazer demasiados planos e ter ideias dispendiosas e trabalhosas.  Numa semana desmontamos o nosso escritório ( que no fundo pouco ou nada era utilizado no respectivo espaço) que passou a ser o quarto de brincar das miúdas. A nossa sala ficou muito mais composta.O quarto da Laura ( shuif....lá vem a lamenchas sentimentalista) ficou vazio, só com a cama dela e depois com o berço da Júlia . Primeiro foi isso, o quarto que foi durante 5 anos só da Laura, onde ela desde cedo aprendeu a brincar sozinha, onde cria os seus personagens e faz teatrinhos, onde dança e canta, onde desenha as histórias que inventa, onde devora os livros e faz a comida para as usas bonecas e onde inventa invenções que vos deixariam de boca aberta (tem a quem sair), agora ja não é - e eu fui-me abaixo- e ela me deu mais uma lição de vida, quando fez um grande UAUU , que fixe ! quando viu a mudança...E depois ontem a noite, quando pela primeira vez deitámos a Julia no seu berço, no quarto delas,  "longe" do seu segundo ninho (shuif....la vem ela de novo....) , na alcofinha linda e da cama dos papas, onde sempre dormiu e deixou dormir bem desde muito cedo. Deitei-a de coração nas mãos e com um aperto na barriga ( lá esta, a natureza podia ser mais amiga), mas tanto ela como a irmã se portaram exemplarmente. Isto claro, até eu ter ido de novo interferir talvez com a lei natural do seu sono (fui dar de mamar pela meia noite, quando ela dormia tranquilamente- outra indicação (lógica?!) do pediatra. Depois  ela foi acordando e chorando, acabando por acordar casa toda, a horas improprias . houve então um impasse. O que fazer ? A Laura precisava de dormir. A Julia também. Nós também, mas o que queríamos mesmo era fazer o que é suposto. O pai mais emocional. Eu mais racional. Custa-me voltar atrás ( não precisam de me bater que a Laura fe-lo da melhor maneira). Fui avisada que há um período de adaptação de dois ,três dias ( lógico) e por isso não queria dar um passo atrás. Ainda sorri , quando me apercebi que a Laura tentava ajudar, colocando a chucha a uma bebé que cada vez mais acordada, ria e dobrava o riso , assim que a via. Mas a Laura estava mesmo cansada e às tantas disse-me:
Ó mãe..... Não a podes levar para o vosso quarto , para a vossa cama e ficar lá no meio de vocês tão bem como estava ?! Ò querida... Tens que ter um pouco de paciência, agora é aqui o quarto dela e ela vai ter que aprender...
E agora , toda a vossa atenção para a resposta da minha rica filha, de pouco mais de 5 anos, que me deu uma lição, que ainda estou a digerir e que não acredito ter resposta e que no fundo é uma chapada aos terapeutas e especialistas : Mas mãe.. ... Ela é só uma bebé, como queres que aprenda isso tudo ?  ..... Longo silêncio..... E agora ?

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