Escrevo-o para mim, para exteriorizar, para ver se daqui consigo ver melhor.
Escrevo para ti, porque já tens a experiencia e o distanciamento para me
dizeres onde estou a falhar ( de tão zangada que estou já me questionei
tantas vezes sobre este método, que na teroria percebo e identifico-me
tanto, mas na prática não está a resultar. desculpa) . O desafio #berramebaixo parece ter chegado mesmo na hora certa, eu pelos vistos é que não estou a dar conta do recado.
#semana 3- segunda de manhã :
eu
sei que gostavas muito de levar a cadeneta e vais ver que noputro dia a
vais levar, mas já sabes que só se levam brinquedos, quando se trazem
os outros
Mas e se tiver perdido os pinceis ou se alguem os tiver deitado fora ?
oh
, mas então vai fazer uma coisa muito mais gira , que é brincar aos
detectives e tentar procurar e descobrir onde estão os pinceis e o quie
lhes aconteceu;-)
Mas eu já não gosto dos pinceis, quero é levar a caderneta !
(.....).Mas
ainda na sexta gostavas tanto delees que os quizeste levar....será que
amanhã também já não vais gostar da caderneta e a vais deixar lá ? assim
vais acabar por ficar sem brinquedos ...
Eu quero levar a caderneta, só hoje, por favorrrr
......
......
......(inspira,
expira- e sim estamos atrasados mesmo depois de já termos vestido e
tomado o pequeno almoço e sim precisamos mesmo de ir trabalhar e ainda
hoje é segunda e ainda ontem à noite houve outra birra gigante , e ante
ontem e antes antes de ontem....todas elas desgastantes porque há ela
tem sempre um mas e eu mais opções e ela mais uma alternativa e eu mais
uma solução e ela mais um problema e eu inspiro e expiro de novo já a
rebentar por dentro e exausta destes jogos de poder e de palavra)
.....
amanhã podes levar, se fizeres o que já tinhamos combinado, afinal eram os pinceis da mãe que tu disseste que ias cuidar. Se a mãe levasse para o trabalho um brinquedo teu, também ias ficar triste se eu não o trouxesse de volta.
amanhã podes levar, se fizeres o que já tinhamos combinado, afinal eram os pinceis da mãe que tu disseste que ias cuidar. Se a mãe levasse para o trabalho um brinquedo teu, também ias ficar triste se eu não o trouxesse de volta.
(pausa no choro) Mas eu quero, eu quero, eu quero...
e lá teve que ser arrastada , a chorar/ berrar, pelo pai,
até à escola, a chorar, sem levar a caderntea, claro!
e eu aqui fiquei, frustrada, angustiada ,stressada ,preocupada ,atrasada, exausta e muito infeliz.
Dou
me a ela , do todo o tempo que tenho, com a irma, com o pai, sozinha
com ela, a 4. faço e invento programas e actividades diariamente para
nos entretermos e brincarmos ( porque como se sabe me dá um gozo enorme) ,
mas sim já tenho ido a medo, porque ela anda insatisfeita e sem vontade
de fazer mais nada a não ser ver televisão e é um desgaste enorme
tentar perceber afinal o que ela precisa ainda mais, quando já nem um
abraço apertado a sossega (da última vez que o tentei fazer fiquei cheia
de nódoas negras por ela espernear e tentar fugir-me)....
perdida
é assim que me sinto. Não sei se ignoro ou se continuo a oferecer mais
opções. Custa porque sei que algures ela percebe tudo o que está a
acontecer e ainda me faz sentir pior, mais usada. Estou a mima-la demais ou a faltar-lhe?
Têm
sido duas semanas exaustas e com birras e brigas diárias, constantes.O
que mudou e poderá ter estado na origem de tudo isto, sei identificar,
mas não tenho como mudar:Eu. após 8 meses de liçenca de maternidade com a
minha bebé em casa o meu regresso ao trabalho....sim, é publico que não
queria voltar, que vou contrariada e forçada, sobretudo e cada vez mais,
porque só o faço porque tenho que ganhar dinheiro. Neste momento , não o
faço por gosto .Mas o pior é que o preço que estou a pagar ainda está a
ser mais caro....tenho claramente menos tempo, chego certamente mais
cansada, quero ainda mais aproveitar cada instante com cada uma delas e
sinto que não estou a ser capaz dar conta do recado. Ainda há o facto de
me estar a desgastar e perder enquanto mulher/pessoa e mulher/namorada,
tenho lá tempo para isso (para se perceber o ponto miserável onde me
encontro) Mas quanto a mim pouco ou nada posso fazer para mudar essa
situação, a não ser respirar fundo muito mais vezes. Por tudo isto imagine-se como anda a minha cabeça...
Se eu estiver bem, bem sei que estamos todos bem. Mas quando eu não estou, os outros não deveriam não estar. Todos sabemos que as vidas perfeitas não existem. E maus momentos, ui...são demasiados. Mas preciso mesmo é
que alguém me oriente a não perder a minha tão especial filha Laura (
uma miúda cheia de confiança, auto-estima, aventureira e audaz,
cativante, apaixonada, interessada- que agora está irreconhecivel cheia
de medos e paranóias e inseguranças) e tudo aquilo que achava que já
tínhamos ...
Não me julguem. Juro que tento ser a melhor mãe do mundo para ela ( segundo ela uns dias sou, noutros nem por isso)
* agora não está...
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