quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Livros infantis # obrigatórios

 “Sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos ou somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e por isso influencia também a nossa saúde física e mental.” OMS


Ora bem, agora com 6 anos e desde que entrou para a primária ( sim, volto a dizer, é uma mudança mesmo GRANDE) , a minha maiúscula começa a atravessar uma fase , que julguei chegasse ligeiramente mais tarde, mas que sobretudo julguei que ela reagisse de forma diferente, mais desempoeirada , como se costuma dizer. Sim, estou a falar de sexo e peço desculpa por não ter avisado antes  que os desenhos contêm imagens explícitas , do modo ( bem curiosa e que me deixou mesmo de boca aberta e ligeiramente corada, como boa ex-cristã que sou) como ela vê as coisas. Mas aquilo que me deixou assim, mais embaraçada, ou magoada, foi o facto de ela não querer mostrar os desenhos, de os esconder. Desenhou-os em casa da avó, a quem acabou por mostrar e pediu segredo, por isso sabíamos ao que íamos quando tentámos de forma descontraída, perceber o que estava naquele caderno que nem seuqer nos podíamos aproximar. Ela corava e baixava a cabeça ( onde é que eu já vi isto, ai maldita genética ) e nós tentámos mesmo desdramatizar. Afinal estamos também a falar de Amor e há lá sentimento mais bonito que esse ? confesso que o meu único espanto foi a ilustração pormenorizada, mesmo que ligeiramente confusa , do tema. Donde lhe surgiram estas imagens, onde é que ela viu isto, como é que ela sabe que é (mais ou menos) assim ? Por outro lado, não entendo donde vêem estes macaquinhos da cabeça , talvez e inconscientemente da minha educação e do pai, que entretanto ( e há bastante tante tempo) já cresceu e amadureceu e se desprendeu de preconceitos e estereótipos, ou talvez seja mesmo de conversas na escola, onde na verdade passa muito tempo e agora com crianças dos 6 aos 10 anos. Não devia haver vergonha nenhuma neste tema, mas na verdade é preciso saber abordar o tema, que ainda assusta demasiado aos pais ( aqui , peço desculpa, mas aponto o dedo à nossa educação -culpa- cristã ). A par disto dos beijinhos e dos corações, há ainda outra questão, que também pensei estivesse ultrapassada. A questão das coisas que são de meninos e as coisas que são de meninas. Pensamos nós que fazermos o nosso papel em casa é suficiente , mesmo que ela brinque com tudo e todos e até lhe chamem de "maria rapaz" ( lá está outro termo que mais cedo ou mais tarde vai dar que falar)....até ao dia em que ela nos responde: mas eu não quero essa galochas azuis porque são de menino, não uso essas calças de fato de treino cinzentas porque são de menino. Ai o caraças....É bom que se saiba, que desde que nascemos ( aliás antes) começamos logo a definirmos a forma como encaramos a nossa sexualidade, por tanto é importante que estejamos conscientes disso.  A parte mesmo boa é que anda por aí um livro obrigatório a todos os pais e educadores ( sim, vou sugerir a sua divulgação na escola) que pretende desmistificar e ajudar as crianças a compreender melhor o seu corpo, as diferenças, as origens. Para crianças dos 3 à puberdade/adolescência , altura essa que é bom que já conheçamos bem o nosso corpo e estejamos bem na nossa pele. A educação sexual formal surge da necessidade de ensinar às crianças e jovens conceitos desprovidos de preconceito e de imparcialidade, o objectivo não é mudar tradições e costumes mas sim dota-la de ferramentas para que possa fazer um trabalho crítico e viver a sua sexualidade de forma feliz e gratificante, valorizando e aceitando-se como é. Lá por casa vai ser bem usado, se há coisa que faço questão é de ter filhas bem resolvidas....


A Viagem de Peludim - Quem Sou? De Onde Vim? Como Nasci?


por Vânia Beliz, Sara Rodi (Autores)

Enquanto não têm o livro, convido-vos a entrar no site  que também é altamente esclarecedor e já vos vai responder a uma data de questões, confiem em mim. 

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