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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Born to create Drama meets the exorcist




Eu costumava rir-me imenso deste filme e achar imensa piada à marota da miúda, mas porque sempre pensei que pertencesse ao campo da ficção. Até ontem. Quando a minha filha de 4 anos me fez uma birra (se é que se pode assim designar) histórica , tendo-me deixado praticamente de rastos. emocionais. E começa sempre tudo por um pequeno nada. uma contrariedade. que se transforma rapidamente num espernear de pernas, em choro soluçado, em gritos de terror- pouco falta para revirar a cabeça e os olhos. E é no momento em que tentamos não dar importância ,metendo-a não no lugar em que ela queria estar, que há um crescendo de raiva enorme e que se começam a ouvir móveis a tombar, portas a bater. Medo, por mais que ache que ela tem que ficar a pensar um bocado naquilo que está a fazer , que o faça em segurança. Agora grita pelo pai, que lhe diz o mesmo que a mãe e que a deixa ainda mais enfurecida. não há abraços de consolo e tentativa de acalmar que nos valham. grita que a estamos a esmagar (a esmagar diz ela, mas donde é que lhe vêem estes pensamentos). Nesta altura já não nos ouve, já não percebe o que se está a passar, já nem sabe o que quer e nós os dois já somos os seus piores amigos . Grita pela tia e diz que quer ir para casa dela- ainda se dirige ao telefone (só me faltava ela saber digitar os números! ). cospe para o chão , atira mais umas cadeiras para o chão e recusa-se a limpar e arrumar as suas asneiras. pensamos, não. ela não pode fazer o que quer ! tem que limpar e arrumar agora. Diz aquilo que jamais pensaria ouvir, dela, duma criança de 4 anos, a chorar desalmadamente no chão abraçada aos joelhos e com os olhos vermelhos: vocês querem-me matar (morri por dentro) Comigo não medes forças e por mais que me magoes e que me doa tudo o que estás a fazer e a fizer eu vou ser forte. E tomei-a nos meus braços, abraçando-a contra mim. pronto já passou. mas...ainda tentava ela. Pronto já passou. A respiração finalmente acalmava e cedeu abraçando-me com força repetindo vezes sem conta: mãe és linda, mãe és linda...Enquanto os ritmos cardíacos serenavam expliquei-lhe tudo. Que não há necessidade de fazer nada daquilo. que nem sempre se tem aquilo que se quer quando se quer. que lá em casa quem manda somos nós (eu e o pai). que se ela fica triste porque nós não lhe damos logo o que ela pede então nós também ficamos quando a chamamos e ela não vem. que há palavras que não se dizem. que nós somos as pessoas de todo o mundo que mais gostamos dela. que ela não tem o direito de se queixar quando nós lhe proporcionamos a vida que ela tem. que é na cama e no quarto que se descansa e não na sala. que os seus actos têm consequências. que as coisas não são como ela quer e que há tempo para tudo, brincar, comer, ler livros, sair, estar com os amigos, ver televisão, tomar banho. que acima de tudo, nós não nos gostamos de zangar nem ralhar e muito menos gritar com ela. Não sei se ela ouviu com toda a atenção e se sobretudo percebeu aquilo que se tinha passado e as consequências que todo aquele drama teriam que ter. Não sei se as coisas que diz são conscientes e quero mesmo acreditar que ela não tem este tipo de pensamentos para connosco. Queria saber ensina-la  ( sobretudo aprender) a controlar-se, a lidar com a frustração, a gerir a emoção de modo a que as coisas não descambem à mínima contrariedade. Tenho a certeza que agora é a hora de agir, não quero uma adolescente revoltada, revirada e malcriada, que me foge de casa se lhe digo que não. Não tem que haver esta resistência, mas nós temos que nos preparar e ter forças para resistir aos combates ferozes desta pequena teimosa e obstinada criatura que tenta medir força connosco. Vai ser um longo caminho, pois apesar de parecer que ela já sabe tudo , mas sabe ela que o pior ainda está para vir. Na teoria há explicações para quase tudo, mas também se sabe que as variáveis são infinitas e  na pratica poucos são os que têm a fórmula exacta para salvar o momento. Esperamos estar a fazer o melhor, apesar de dar por mim pensar que só posso estar a fazer alguma coisa mal, pelo sim pelo não acho que podemos pedir ajuda. Falar ajuda e partilhar ainda mais e hoje já não me sinto tão sozinha e perdida. Obrigada.


 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Carta do Dia: Cavaleiro de Espadas, que significa Guerreiro, Cuidado. *

Quis que na quinta-feira passada ficasse de manhã em casa a fazer algum tempo para um consulta no centro de saúde. Aproveitei para fazer arrumações e deixei a televisão ligada. Quando dou dor mim estava a ouvir uma taróloga a "ajudar" os dilemas de quem lhe ligava. Uma rapariga ficou a saber que não, não pode ter filhos e outra ficou a saber que sim que aos final de quase 10 anos a atentar vai passar na carta de condução. No entanto também fixei algo que ela disse: somos nós que criamos os nossos problemas com pensamentos negativos e até indicou que a solução passava por escrevê-la num caderninho e repetir por dia cerca de 100 vezes em voz alta o que queríamos mudar. Seria assim tão chato, mas tão fácil? entretanto lá fui à consulta e percebi que me tinha enganado no dia. Mas como nada acontece por acaso e eu por acaso até tinha ficado a pensar no que a senhora tinha dito achei que dali só viria coisa boa. De facto à tarde ligaram-me do hospital a agendar , assim de repente, para hoje de manhã uma pequena cirurgia que aguardava há cerca de 3 meses. Assustada perguntei se haveria algum procedimento a tomar mas logo me tranquilizaram a dizer que não que entrava e sairia pelo próprio pé. Boa ! nada como um susto para de repente me sentir viva e de bem com a vida e mesmo grata por tudo aquilo que vivi e estou a viver. Tudo batia certo a não ser o nervoso miudinho que mal me deixou dormir esta noite. E o carro que ficou sem bateria. E a manhã chuvosa. E o furo no pneu da mota mal tinha saído de casa. E a porta do multibanco que não abria. E os táxis que não passavam. E os nervos a aumentar. E a espera no hospital. Respiro um pouco e aceito tudo, não como sinais premonitórios de algo negativo mas sim como um começo de semana ligeiramente desagradável. Chamaram-me e afinal tenho que me vestir, aliás despir a rigor. Dão-me a bata-verde-de-rabo-ao-léu , os chinelos e a touca. Os piercings ! esqueço-me sempre...preciso de os tirar e não consigo, há um que tem mesmo que ser a alicate. Agora sim, sinto-me absolutamente nua e exposta. Bem , não deverá ser preciso utilizar choques eléctricos diz a enfermeira. Agora sim, não há optimista que resista a estar naquele lugar, daquela maneira e a ouvir aquelas coisas . Mas é quando chega a médica que tudo volta a fazer sentido? Não me podem fazer nada, porque o dito não está suficientemente proeminente e os riscos poderão ser por agora mais elevados. Tenho que aguardar que volte a inchar e a ficar de novo cheia de dores e bloqueada para mo conseguirem retirar, como estava há 3 meses atrás quando fui no limite observada e diagnosticada. Tanto aparato e tanta adrenalina gasta toda e logo numa segunda-feira de manhã para nada? Não só me tenho portado bem, como até aprendi a controlar os pensamentos em cadeia negativos. Afinal se tudo acontece por uma razão e essa razão acontece porque nós pensamos e acreditamos demais, o melhor mesmo é mandar o Karma para o caraças ! Ou foi ele que de novo me mandou a mim? Irra...porque é que as coisas não são só aquilo que são e porque é que acontece sempre tudo em avalanche ? Para memória futura uma imagem, porque contado acho que nem eu acreditava.

* ainda bem que só fui agora, no final do desabafo, por pura graça e curiosidade, consultar a previsão do meu signo para hoje, pela dita senhora.Pelo sim pelo não, vou jogar hoje no euro milhões nos números da sorte que ela me indica.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

mas quem são eles (os outros?)

A culpa é toda minha. Se me exponho, quer seja através de textos ou frases ou imagens, é natural que quem me segue, saiba muito sobre quem eu sou. E o que faço. e gosto. e sinto. Por isso não deveria ficar surpreendida quando encontro alguém que me fala como se soubesse tudo sobre mim e até faz comentários , mesmo que seja sobre uma foto da miúda que já tem quase um ano. Mas a culpa não (pode) morre(r) solteira. É que no fundo sabemos bem que não estamos a falar para o boneco....mas para pessoas reais. Nos diversos locais ou redes há sempre a possibilidade do receptor interagir imediatamente com o emissor, quer seja através de gostos, partilha, comentários, ou mesmo até através dum telefonema (aos quem têm o meu número). Bem sabemos que a internet não é o lugar adequado para as pessoas se relacionarem, mas não sejamos hipócritas, estamos todos por cá. para dar e para receber. Há os que dizem que sabem e os que sabem e em última instância cabe-me a mim o papel de decidir quem vê e o que lê. Mas se se que andam por aqui, seria agradável eu saber o que têm a dizer-me. Os números não enganam e as caixas de comentários vazias também não. São em média cerca de (apenas- sim acho que são poucas) 25 pessoas que me acompanham por aqui diariamente. Pelas minhas contas deviam ser mais, por isso pergunto em voz alta (sim e espero resposta, que nem que seja só por uma vez) - e nem tenho aqueles limitadores e moderadores que complicam ao processo- Quem são vocês? e já agora contem coisas.

Curioso....acabei de ler este post que fala igualmente disto de deitar ao mar mensagens dentro de garrafas de vidro e esperar que a resposta chegue do outro lado, mais cedo ou mais tarde. A única diferença é que eu também me refiro ao silêncio dos que escolhi pertencerem ao meu círculo no Facebook. Se eu for dessas também me podem puxar as orelhas que eu não levo a mal.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

No more drama

Na próxima vida, quero nascer homem. A sério isto de ser mulher é o cabo dos trabalhos sem contar com as provações físicas a que somos sujeitas. Cada uma das seguintes fases é um drama ,porque por mais informadas e esclarecidas que estejamos é o nosso corpo que se transforma em algo que não controlamos e bem se sabe como nós, as mulheres gostamos de ter as coisas todas sobre controle. Primeiro são os seios que crescem- a sério só é bonito e interessante anos mais tarde ou nem isso , para as mais e as menos. Há também a questão dos pelos- que no fundo é só uma questão estética e diriam secundária e irrelevante, mas a questão é que alguém um dia se lembrou que eles são para tirar e ao ritmo que crescem ,significam que têm que ser arrancados (sim , é sempre doloroso) demasiadas vezes. Depois chega a menstruação- a sério não há maior destabilizador físico e emocional, que não nos larga todos os santos meses e que como senão bastassem as dores, perdas de sangue e mudanças de humor durante 4 a 5 dias, ainda vem precedida de mais uns dias de tensão- ah pois é ! Mas o pior parece que ainda está para vir lá para a meia-idade (que normalmente também vem acompanhada da respectiva crise) e que representa o fim da juventude- só isto já não bastava?! A menopausa, que depois das alterações hormonais das que ainda passam pela gravidez e maternidade , chega mesmo para nos testar os limites. Vem normalmente acompanhada de afrontamentos, insónias, diminuição da atenção e memória, perturbações na bexiga , seios, vagina, saúde oral, dificuldade na absorção de minerais, cansaço generalizado e alterações de humor.  A sério....precisamos mesmo disto tudo ? sim, temos o privilégio de carregar durante 40 semanas (reparem que não disse 9 meses) um ser dentro de nós, que depois vive dependente das nossas mamas por mais uns belos tempos. Atenção não digo que seja mau, eu amei passar por tudo isso, mas escusava era de ter vindo com tantas dores, feridas, sangramentos, tensões, preocupações , privações e mais tantas outras questões.  Não, não vou entrar no papel da mulher na sociedade, no emprego, na família, que isso é uma história demasiado grande e que nem é razão suficiente para eu querer , na próxima vida, nascer homem.  Não me digam que não tenho razão...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Outono

Gosto do outono e muito.  As cores ocres. O cheiro a terra molhada. As camisolas largas de malha. As tábuas de enchidos. O vinho tinto. As músicas melancólicas. As castanhas. As mantas.  O cheiro do café acabado de fazer. As panquecas. Os frutos secos. As fotografias a preto e branco. Os passeios à serra. Os filmes romantico-lamechas. Os cestos cheios de fruta e legumes. As malas de viagem. O fumo. As flores secas. A barba por fazer. A madeira. A terra.O chá preto.  O fresco da janela aberta logo de manhã.  As folhas secas a cobrirem o chão. A saudade...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Mudanças, ponderam-se

Sempre que estou de férias coloco-me a mesma questão: seria capaz de largar a agitada vida da metrópole para uma vida mais tranquila no campo à beira mar? Seria capaz de ser feliz durante todo o ano ali? as respostas são muitas e sobretudo trazem ainda mais perguntas com elas. É claro que estar de férias é um parêntesis ao quotidiano e por isso não vimos contrariedades em quase nada o que não é real. Viver no campo é duro e não é para todos. É solitário em todos os sentidos e há quem , como eu , que talvez não esteja preparada para passar 24 horas consigo própria, se é que me faço entender. Há também a questão da educação da miúda, dos serviços mínimos, de haver alguma diversidade cultural, de existir trabalho para mais 1 + 1 arquitectos, de ficarmos longe dos nossos e de não ter o seu precioso apoio. Sempre achei que era uma ideia para a qual não estou preparada e que no fundo sempre culpei ao excesso e á minha cobardia. Afinal vejo famílias felizes a viverem no campo, as que sempre lá nasceram e cresceram e as que para lá se estão a mudar e depois pergunto-me: e porque não? se há quem recomece do zero eu também posso. Afinal o que me prende aqui de tão importante? A segurança já não é, as certezas também não, a educação já não é o que era, os cuidados de saúde muito menos, a proximidade e o fácil acesso a tudo já têm muito que se lhe diga (primeiro porque a internet leva tudo a toda a parte e depois porque os espaços físicos estão a deixar de o ser...) Estou desapontada e sobretudo desiludida, porque acho que esta cidade que tem tudo para ser excepcional está a degradar-se a cada mês que passa e mesmo que haja alguns cheios de boa vontade e maravilhosas ideias para fazer a diferença, na verdade não conseguem ( e se é por causa da burocracia e falta de dinheiro ai como eu vos entendo). Há demasiado stress, sem haver razões para tal. Parece que há muitas coisas para fazer, mas afinal não há assim tantas e sobretudo não são para todos...Depois recordo-me que estive longe de tudo e desta agitação e com muito menos fui muito mais feliz. Pondero e chego realmente à conclusão que me preocupo demasiado com demasiadas coisas e pessoas que não merecem sequer que perca tempo a pensar nelas, consumo-me nas redes sociais e cedo e quebro ás pressões delas, perco-me na procura de encontrar algo que me preencha e encho-me de ideias supérfluas que só me confundem ainda mais, tento encontrar escapes enchendo-me de actividades quando se calhar a felicidade está mesmo na simplicidade e no despojo e no sossego e no silêncio.  Já me desisti de planear viagens porque na verdade não tenho dinheiro nenhum, mas não quero desistir da ideia de ter um pedaço de terra, com árvores e relva e água. Mas o custo desta vontade, nesta cidade é proibitivo e fora dela é o que todos têm por muito menos e lá me pergunto eu e novo, e porque não? acho que nunca tinha levado tão a sério este desejo de mudança e de um modo tão radical como o final de estas férias e o choque que foi regressar à realidade. Ideias e empurrões, precisam-se, quem se chega à frente?

quinta-feira, 25 de julho de 2013

modo teenager meets midlife crises, ou serei mesmo assim?

Talvez me tenha induzido em erro quando no post anterior me referi ao facto de ser não ser uma pessoa de decidir coisas à ultima da hora. Claro que sou uma pessoa muito organizada e suficientemente metódica, mas que por vezes deixo sim os afazeres para a última da hora e até sou bem dada à imprevisibilidade própria da vida e dos desafios que ela me vai colocando em frente. Sou de agir sob impulso e reajo quase sempre quando me tocam em certos e determinados pontos. Para o bem e para o mal.  Claro que há fases e momentos para tudo e como no outro dia confessei a uma amiga sou bem capaz de me ter deixado acomodar durante demasiado tempo, ao qual ela prontamente me respondeu, mas o importante é que percebeste e mudaste enquanto ainda era tempo. Acho que a dada altura gostamos de ter as coisas sob controle e apreciamos o conforto e a estabilidade, mas é importante não nos deixarmos estar e ficar. Há que ser imprevisível e arriscar e se tiver que ser mudar e recomeçar. A nossa felicidade e grandeza é proporcional ao modo como nos levantamos depois de cair. Gosto de ter as coisas controladas, mas sou por natureza uma pessoa aventureira, demasiado bem domada e domesticada, ao mesmo tempo quem sou bastante decidida e razoavelmente teimosa. Quando meto uma coisa na cabeça sou miúda para que, demore o tempo que demorar, consiga o que quero de forma destemida.  Isto para também dizer que se eu tivesse menos uns anitos e um pouco mais de dinheiro era rapariga para cometer muita "loucura"...e voltamos a cena do em modo teenager meets famosa midlife crises. Sou eu sim, desde que me conheço.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Quanto mais penso, menos existo

"Os seres humanos são feitos para se relacionarem. Somos atraídos pela nossa própria química e produzimos hormonas de atracção que criam intimidades. Construímos pontes neurológicas que nos unem, de cabeça para cabeça, de coração para coração. Uma vez que os laços se formem, não deveriam ser destruídos" A teoria é quase perfeita não fossemos nós tão demasiado imperfeitos... Dizem que assim é que tem piada, não ter as coisas facilitadas, lutar por elas, conquistá-las com esforço, mas caramba o crescimento precisa de ser assim sempre tão sangrento e doloroso. Pergunto-me se a humanidade foi sempre assim tão complicada ou se foi apenas a civilização, a descoberta e o conhecimento, a propagação e velocidade da informação que nos tornaram tão irrequietos, tão insatisfeitos, tão preconceitos, tão desprotegidos, tão preocupados, tão formatados, tão medrosos e merdosos... A questão é que tudo se resume ás relações e a esta necessidade animal em Amar e ser amado. e pronto lá está outra vez o caldo entornado...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O caminho das estrelas

Talvez seja nas épocas de maiores incertezas e mudanças que volto a olhar para os astros, as mãos , as cartas e as estrelas, porque eles duma maneira ou outra me mostram alguma coisa, seja ela o que for. Não sou de todo dependente nem viciada nas artes adivinhatórias pois bem sei o quão "perigosas" podem ser em tomadas de decisão que devem ser tomadas em consciência apenas por quem tem que ser- e não por terceiros, ou opiniões de quarta. isto é o que eu sempre digo a quem me pede (muito raramente e felizmente) conselhos. Como tenho muito respeito pelo oculto (eu não acredito em bruxas, mas que as há, há !), pois não tendo a certeza do que pode ou não ser realidade ou apenas coincidência, quando leio a minha carta astral consigo afastar-me do que está lá escrito, mas há palavras ou frases que vão ficando gravadas e de quando em vez batem-me aqui á porta. Será ? e se? O curioso é que quando lemos o futuro não nos conseguimos abstrair  do presente e do passado e isso, muda tudo. É só quando lemos o futuro, que agora é o presente, que entendemos o que esta(va) lá escrito. É natural que as nossas projecções sejam sempre ou mais negativas ou positivas consoante o nosso nível de segurança, mas na realidade o futuro não se prevê, é aquilo que é e tem que ser. E agora rio-me porque o que li no passado sobre o futuro, que está a ser o agora, não é nada do que tinha entendido na altura, mas é precisamente aquilo que lá está escrito e que está a ser. Agora estou é curiosa em saber se este projecto em que me meti é aquele em que vou adquirir maior percepção da minha alma e destino enquanto ser humano, ou se ainda está para vir coisa melhor. Olha, o que tem que ser....será !

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

M(y) late night show

Não sou boa com números, nem palavras. Utilizo as frases-feitas e os morais de história como amuleto. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Tenho a mania da perseguição. Almejo o quase impossível. O meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Não sou fácil. Não colecciono inimigos e muito menos amigos. Quase nunca estou para ninguém, porque quase ninguém está para mim, apesar de estar atenta a tudo e a todos. Mudo de humor conforme a lua e irrito-me facilmente. Não me interesso à toa, mas quando me pisam desisto de me interessar. Amuo quando me ignoram. Trago o desassossego dentro de mim e um par de asas, que nunca deixo. Às vezes, durante o sono, procuro as respostas que não encontro aqui. Ontem perdi um sonho e acordei angustiada. Sorri e depois chorei. Mas é a vida e sei, acima de tudo acredito, que um dia e quando menos estiver à espera, eu vou chegar cada vez mais perto que quem na verdade sou. Querem um desafio ? Experimentem tentar conhecer-me....

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O que quer dizer virgem, mãe?

A partir de que idade será inevitável ter que responder ás perguntas mais inconvenientes da minha criança? é que ela com 3 anos já dá risadas quando fala em pilinhas. sendo que no outro dia já fez uma observação que me deixa até agora corada....Se não fosse esta herança católica, que está (ainda) entranhada falar sobre a sexualidade deveria ser tão fácil como da afectividade. Mas seja o que for e quando for tenho a certeza que me vou safar, sem me envergonhar e de certeza que não a vou traumatizar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um segundo

Acontece-me de quando em vez, ficar especada e embevecida a olhar por instantes infinitos para a minha filha e perguntar-me: como é possível ? É mesmo toda minha, só minha? é que é tão perfeita, tão linda, tão inspiradora, tão pai, tão mãe e tão única...Derreto-me com cada detalhe seu, o cabelo encaracolado, as expressões faciais do maroto ao doce, a sua voz e as gargalhadas estridentes, a pele e o toque mesmo que seja toca e foge, os seus jeitos e trejeitos , o seu cheiro, as suas mãos que ainda cabem nas minhas, o buraquinho que tem na orelha que nasceu com ela, as conversas que tem e as histórias que inventa. Amo-a acima de tudo e todos e é isso que temo ter que dividir quando penso em ter um segundo filho, é uma tolice, eu sei. Desde sempre os casais têm muito mais que um só filho e amam certamente a todos de forma diferente mas incondicionalmente. Mas ela é tão única e ainda tem tanto para me mostrar e ensinar, que não quero perder nem um bocadinho. A verdade é que também tenho algumas saudades de quando ela era tão pequenina e tão ligada incondicionalmente e fisicamente a mim- ser mãe pela primeira vez consegue ser bastante frustrante e ligeiramente ingrato. Consigo-o ver agora,  pois olhando para trás percebo que o tempo passou demasiado rápido, cheio de dúvidas e preocupações que se calhar tinham pouca importância e que condicionaram sem duvida a minha relação com o resto do mundo (que na fase inicial parece inexistente e tão distante) e consequentemente a minha relação com ela, a minha bebé, que já é uma menina. A sério , gostava tanto que o tempo voltasse para trás, que eu não tivesse tido tanta pressa para que esta ou aquela fase passassem a outra, que eu tivesse gozado de modo mais tranquilo o começo da maternidade, que eu não me tivesse perdido entretanto. Não queria ter outro filho, preferia antes voltar a ter a minha. Como não é possível, claro que gostaria de ter outro filho, por estes e muitos outros motivos, mas as dúvidas são tantas e as respostas tão pouco claras que tenho medo e pior, já quase não tenho idade (sim porque a idade é importante digam o que disserem. Primeiro ela foi um bebé tão, mas tão bonzinho que acho nunca teria a mesma sorte com um segundo. Depois há toda a situação económica e social actual e futura que não permite grande margem de manobra para educar e alimentar outra criança . Por outro lado não sei se tenho forças para voltar a passar por tudo de novo, mesmo que desta vez seja mais fácil. Depois, queria tanto reviver uma gravidez e um parto, sobretudo que o pai pudesse desta vez estar a meu lado a dar-me a mão, a consolar-me e a chorar de alegria comigo. Por outro lado a autonomia em voltar a ser gente, a pessoa com algum tipo de vida social, que só agora reconquistei, não me apetece voltar a perder. Depois as tristezas e alegrias seriam sempre a dobrar e isso tanto tem de mau como de bom. Por outro lado ela , sobretudo com a personalidade vincada que tem, precisava mesmo de ter companhia à altura e não um pai macaco e uma mãe palhaça e não é só para se entreter agora é sobretudo para o futuro, para partilhar uma vida até ao fim, sempre acompanhada. Depois fica sempre a pergunta, e como seria o outro, rapaz, rapariga, mais parecido com o pai ou com a mãe? Talvez devesse pensar menos, mas não, ter um filho é o maior acto de coragem, responsabilidade ,certeza e Amor. E isso só se percebe depois de ser Mãe.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

25 Outubro 1949

Hoje o meu pai faria, só,  63 anos. Mas morreu mesmo antes de chegar aos 50, mesmo antes de nos ver crescer, mesmo antes  de ouvir  tudo o que ainda tinha para lhe contar,  mesmo antes de perceber que na vida não se ama só uma vez, mesmo antes de o conseguir ajudar, mesmo antes de saber que as suas  fraquezas me tornaram muito mais forte, mesmo antes de conhecer o grande amor da minha vida, mesmo antes de conhecer as luzes da minha vida que são as suas netas,  mesmo antes de ver as minhas obras feitas, mesmo antes de me conhecer, mesmo antes de partilharmos uma vida, mesmo antes de te dizer: Amo-te.

Um dia # (pode ser amanhã?)

A culpa não é do Outono, mas dos dias que encurtam e ficam mais cinzentos e frios. Seja o que for, é costume esta altura do ano despertar em mim sentimentos contraditórios que me confrontam com tudo aquilo que gostaria de ser e de fazer. São demasiadas vontades, sonhos e desejos, deixando-me igualmente feliz mas também um pouco deprimida e perdida…Ando naturalmente mais sensível e intrometida nos meus pensamentos confusos, tentando descobrir o segredo para o meu equilíbrio. Se não pensasse muito e deixasse que fossem as minhas vontades a guiar, só queria poder sair daqui de quando em vez, perder-me nos xistos e nos riachos, nas florestas e no barro, nos velhos e nos novos, nos prados e no silêncio, no sujar as mãos e em andar descalça, na horta e nas conversas, em cozinhados e lãs e bordados, nos tanques e nos pomares, na lareira e simplesmente estar enrolada contigo sob a manta de retalhos, nos sons dos vinis riscados e a contar-lhes histórias, nos baloiços improvisados e em cima da carroça, nos cheiros da nossa terra, doces e salgados, nos contos e saberes tradicionais, nas cores do Outono, nos moinhos de pão e de água, nos bons dias, boas tardes e boas noites, sentidos…Queria não estar aqui, estar aí contigo e com os nossos filhos, quando o tempo deixasse de o ser. Queria estar aí. Na minha terra, na terra de ninguém, na terra que não tenho. Se eu tivesse, se eu pudesse, se eu conseguisse, se eu não pensasse. Vou, vamos, um dia destes...?

Bernardo Sassetti- Epílogo: Amanhã

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Teardrop

Sou uma lamechas é verdade. Hoje e devido ao facto de a chuva ser mais que muita ,me recusar a ir de carro para o trabalho, porque é aqui ao lado e o estacionamento sai mais caro que ir e vir de táxi e sobretudo porque as calças impermeáveis para conseguir andar de mota deixaram de me servir, fiz algo que já não fazia há demasiado tempo- fui de transportes e isso deixou-me cheia, mas cheia de alegria...tem piada que ainda antes de sair de casa e experimentar as malditas calças (xs....) pensei, ou melhor lembrei-me que acho que era bem mais saudável (se bem que fumava) antes de ser mãe, quando deveria ser precisamente o contrário, mas por motivos que várias mães conhecem demorei um pouco mais que o costume a recompor-me. Sendo que o peso esse está bem longe do que já foi. Mas foi ao fazer exactamente o mesmo percurso  que fazia há 4 anos atrás, autocarro acima e metro abaixo, que me emocionei. Sou uma lamechas é verdade, mas hoje fui  e disto tenho a certeza, transportada para aquele inesquecível tempo em que carreguei a minha filha ao ventre. Consigo explicar esta emoção única porque, talvez tenha sido o único lugar onde ainda não tinha regressado, que fazia com prazer e onde tinha com ela um momento, aliás um instante singular: Quando descia ou subia o elevador sozinha, metia a mão na barriga e cantava (porque o som era reverberante)  alto e bom som, as batidas do Teardrop dos Massive attack, quase sempre seguidas de doces pontapés . Tenho a certeza que um dia te lembrarás, pois sentia que era aquele momento só meu e teu, que tal como o cordão nos ligaria para sempre. A música está a tocar aqui e agora e eu tenho que parar. Pausa. as lágrimas caem e se fechar os olhos estou nesse não-lugar só meu e teu. Isto veio despoletar um desejo, bastante profundo senão mesmo enterrado, em voltar a engravidar. As dúvidas são ainda mais que as certezas por isso fico por agora, por aqui. Por Agora  o aperto e a saudade de recordar algumas das músicas que fizeram parte de toda a gestação até ao dia do parto: Nude- Radiohead + O sossego- Rodrigo Leão+ Hoppipolla- Sigur Ros+ Caminho até aqui- Bernardo Sasseti+  Spiralling- Antony and the Jonhsons + I found a reason - Cat Power



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Não estamos todos onde devemos estar...

Foda-se ! estou farta, mas farta de ler e ouvir pessoas analfabetas e ignorantes a falar, que preferem por a culpa no estado do país e no governo em vez de pararem para pensar  e ter um olhar crítico e construtivo sobre o que se passa à sua volta...percebo o desespero de alguns, mas isso não é motivo para que percam as estribeiras  e muito menos lhes dá o direito de disparatem para todos os lados e regurgitem asneiras e apontem o dedo aos suspeitos do costume. caramba...Estou saturada de pessoas burras que preferem continuar a viver na ignorância e na sua zona de conforto em vez de tirarem as palas, aprenderam a ler para além do Correio da manhã, tirar os auscultadores dos media sensacionalistas e ditatoriais, deixarem de acreditar nas histórias de café (que já devem ir na centésima versão). Levantem os rabos do sofá e mexam-se ! aqui ou acolá, mas o que interessa é que façam qualquer coisa de útil e positiva, em vez de passarem o tempo a lamuriarem-se e culpabilizarem-se em bodes expiatórios.Continuo a saber de pessoas que têm esquemas montados, continuo a saber que há muitos que conseguem escapar a responsabilidades sociais, continuam a existir incompetentes à frente de trabalhos que exigem grande responsabilidade, continua a haver padrinhagem e lavagem, continuam a existir muitos que se  recusam a descer do pedestal e se recusam a viver à medida daquilo que produzem e têm, continua a existir fuga aos impostos , continua-se a pensar que os outros países são muito melhor exemplo que o nosso. Tudo porque somos comodistas e estamos à espera que sejam os outros a resolver os nossos problemas ou como acabei de ouvir um trolha dizer: há por aqui mais pessoas a roubar que a trabalhar. Está na hora de nos desprendermos do que é acessório e agarrar ao que é essencial. Todos, afirmo, todos devemos meter a mão nas nossas consciências e ponderar muito bem quem somos e que andamos por aqui a fazer e depois sim, façamos alguma coisa construtiva e de preferência sem atropelar o próximo.

Foi esta notícia, seguida do seguinte comentário que me irritou profundamente : "Este tipo de situações vem a reboque do clima de austeridade e fim do Estado Social montados por este Governo. E isto foi em 2012. Em 2013 adivinha-se bem pior." - Meu senhor, isto não tem nada que  com austeridade ou politica- isto que é algo bem mais grave, tem apenas a ver com falta de princípios, ética, insensibilidade , desumanidade e bestialidade ao quadrado por parte da direcção e envolvidos na triste história. agora mexa-se e responda com educação: 
Afinal a criança  (5 anos) tem lá culpa que os pais não tenham pago o subsídio de almoço... 

Adenda posterior á publicação: as redes sociais têm disto, as coisas acontecem demasiado rápido e sem darmos conta ficamos demasiado empolgados. Mantenho tudo o que disse em relação aos comentários inapropriados, mas dou algum benefício da dúvida à direcção da escola, após ler este esclarecimento.



Não, não sou a única

Não parecemos, mas no fundo somos todos iguais....e ainda bem ! É que tenho o maldito hábito de me subvalorizar diariamente, sobretudo depois ler alguns blogues e respectivos comentários e ao assistir cheia de "inveja" ao desenrolar de vidas quase "perfeitas" através do facebook. Pois, mas isto não é a realidade dirão muitos e com alguma razão, mas é o que está disponível e exposto sem qualquer tipo de filtros ou entoações ou expressões ou sons, digo eu. É o que todos mostram ou, segundo outro ponto de vista, aquilo que querem que os outros vejam. São textos lindos e limpos e imagens mais que bonitas, de pessoas que têm sobretudo inúmeros talentos e umas ricas vidas... É nestes não-lugares que cada vez mais pessoas, vivem e partilham a sua vida, trocam ideias e exprimem vontades e mostram o quão bom são ou ambicionam ser. São "trocas" limpas sem muita identidade, mas que são cada vez mais uma realidade, ou pelo menos e infelizmente a minha.  Os meus amigos cada vez são mais virtuais e já nem se dão ao trabalho de fazer perguntas porque assumem que tudo o que é escrito, já está dito, logo resolvido. São raros os momentos em que nos salta a tampa e decidimos chamar as coisas pelos nomes e mostrar que somos: falíveis e imperfeitos. Não é a desgraça alheia que me interessa, mas tal como eu gritei aqui, e aqui, interessa-me perceber e constatar que não estou sozinha nem a delirar- afinal há por aqui e aí gente que tal como eu é feita de carne e osso e sangue. ufa... E agora façam o favor de ler este post do ca%$&o! (aqui devo fazer uma pequena e grande ressalva,em jeito de homenagem ao pai da minha filha, a minha melhor metade e ainda cima um Homem com H grande, obrigada por seres tudo aquilo que se espera que seja um companheiro e um pai) e acreditem que no fundo, somos todos iguais. Já agora aproveito para pedir para que não se inibam de deixar comentários aqui ou ali de vez em quando, para que eu não me sinta tão perdida e sozinha neste mundo. Afinal todos temos necessidade de sermos compreendidos e de aprendermos com os outros. Agradecida.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Amor tem os dias contados?


Escrevi e reescrevi e não sei por que ponta lhe pegue, mas para começar estou triste e abalada e temerosa e sobretudo demasiado pensativa. Ontem soube que mais um casal de amigos, de longa data, se separou. Bolas! quando pensas que há algumas histórias de Amor que são, dentro dos padrões naturais de cada relação com os respectivos altos e baixos e fases e momentos, quase perfeitas mas que afinal também são falíveis e acabam, dá que pensar. Tenho a sensação que os castelos de cartas se estão (quase) todos a desmoronar e isso assusta-me, sobretudo quando estou a falar daqueles casais que olhamos com admiração por serem (aparentemente, talvez) perfeitos. E as almas gémeas ?e as caras-metades ? e aqueles que foram feitos um para o outro? Não posso crer que sejam mitos... Por outro lado diz-se que para melhor muda-se sempre e o que tem que ser, é -hum....faz algum sentido.  teorias à parte a pergunta que me assolou de imediato foi: quando ,quanto tempo falta para que chegue a minha vez...digam-me que não estou a ser imbecil e que também vos passa pela cabeça, ao saber de cada vez mais histórias de relações de amigos que terminam, que o Amor tem dias contados e que tal como tudo na vida há um princípio, um meio e um fim. Mas não, não posso acreditar que não existem de facto amores verdadeiros e eternos. Têm que haver, senão nada faz sentido. Neste momento e mais uma vez nada parece mesmo fazer sentido, porque  bem sei que nada é seguro nem dado como garantido, há que trabalhar e alimentar o Amor e a relação, mas a verdade é que cada vez mais há mais e imediatos estímulos exteriores que não podemos nem conseguimos controlar.  Afinal todos queremos segurança, companhia, partilha, aventura, liberdade paixão, cumplicidade, amizade, poder, sexo, compreensão, rotina, experiências, encosto, momentos, dedicação, confiança, tesão, amparo, base, novidade, mas encontrar tudo isto numa só pessoa e sobretudo em sintonia parece uma tarefa quase impossível. Será que é mesmo isto ou não passa de mais uma série de desculpas para justificar o facto de afinal sofrermos todos de insatisfação crónica? Penso melhor, relembro , observo e questiono-me: se a separação é quase sempre uma libertação, porque nos controlamos ou contemos nós durante tanto tempo? Amar não devia ser assim...enfim

(Foto tirada por mim com Yashica TL electro X +Fuji superia 200 @ Estoril)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Histórias com tempo: 1800


Esta é a Alice. Reza a história que no dia 4 de Julho de 1862, Charles Dogson, ou melhor Lewis carroll convidou as três filhas do seu amigo Liddell - Alice, Lorina e Edite - para um passeio de barco no rio. Durante o passeio, como já era hábito sempre que estavam na companhia de Lewis, Alice pediu-lhe que contasse uma história para entreter as irmãs. Lewis começou a contar a história à medida que ia remando ao longo do rio. Fez três tentativas para que a história terminasse mas as meninas não o permitiram e iam pedindo para que continuasse. Quando a história terminou já passava das oito da noite e com ela findou também o passeio de barco dos quatro amigos. Antes de se deitar, nessa mesma noite, Lewis escreveu toda a história tal como a tinha contado a Alice e às suas irmãs. Chamou-lhe Alice Debaixo da Terra. Só dois anos mais tarde, em 1864, é que a tornou a ler e é nesta altura em que eventualmente lhe terá oferecido o livro: Alice no país das maravilhas. Nem a propósito é a surpresa que espero fazer ainda neste Natal, à geração5.0 da nossa família. Não digam a ninguém.

 já agora o deliciem-se com o primeiro filme : Alice in Wonderland

Mais disto e menos daquilo

As pessoas precisam umas das outras. Eu preciso e tenho a certeza que tu também. Preciso que me respondam quando falo. Precisamos que nos mimem, que nos enalteçam, que nos demonstrem que se preocupam connosco, que nos considerem especiais, que estejam disponíveis para quando realmente precisamos delas, mas também quando só apetece, que somos importantes e que fazemos alguma diferença, que partilhem ideias, mas também banalidades, que nos dêem palmadinhas nas costas, que nos digam que estamos bonitas, é isso, sobretudo que o digam, que falem, que comuniquem que o digam ! Preciso que alguém precise de mim, sem ser a minha filha. Já não me chega só meter um gosto, preciso de mais, será que é pedir muito? Eu preciso e tenho a certeza que tu também.