quarta-feira, 15 de julho de 2015

a primeira volta ao sol da Júlia, em jeito comovido de carta



E assim, num abrir e fechar de olhos, já deste uma volta inteira ao sol, minha Júlia. Quero tanto conseguir escrever e dizer-te que este foi um ano tão, mas tão bom, tão graças a ti, minha luz…Mas por um lado não estou onde gostaria de estar- que era com tempo para estar sempre contigo, enquanto és a minha bebé e depois porque temo que as emoções, as saudades e sobretudo a intensidade do que aconteceu se atrapalhem e atropelem nesta carta. Foi um momento inesquecível, aquele em que a tua luz nos iluminou para sempre e será uma história que te irei contar, talvez demasiadas vezes, mas não agora. Sussurrar-te-ei quando te deitar hoje à noite, mas aviso já que há talvez uma parte que não vais gostar lá muito… É que não te achei logo um bebé bonito e como eras tão diferente da tua irmã e de qualquer um de nós a ligação não foi assim imediata, apesar de já te amar incondicionalmente há 39 semanas e 6 dias. Mas tu, minha doce Júlia, nasceste da melhor maneira possível e ajudaste-me tanto que nem imaginas. Deste-me tempo e espaço e nem sabes tu como isso foi importante e como me mudou e mudou a minha forma de estar para ainda mais melhor. Sim, hoje sou muito melhor pessoa, mulher e mãe, graças a ti, minha minúscula (que só és assim carinhosamente chamada por seres tão mignonne) . O Amor pela Laura, que tanto temi, ainda cresceu mais e pelo vosso pai, só se confirmou que é  mesmo a minha melhor metade e o Amor que sinto por ele Infinito. Trouxeste-me muita serenidade e mesmo que inquietantes, ainda mais sonhos e vontades. Deste-me a conhecer tantas pessoas novas e algumas amigas para a vida, com as quais fomos crescendo, brincando, desabafando, ajudando e que talvez não saibam os quão importantes são na minha vida. Ensinas-me todos os dias, exatamente como a tua irmã o fez e faz a ser audaz, destemida, corajosa, aventureira, curiosa e apaixonada pelas coisas mais simples. És tudo isto e ainda tanto mais. Serena, observadora, independente, carinhosa, brincalhona, cheia de ritmo, generoso, teimosa e muito mas muito senhora do seu (lindo) nariz. E esperta e sábia, que só assim entendo como desde cedo percebeste que há tempo e horas para tudo, mesmo sendo tão mínima e dependente de mim. Também aprendi isso contigo, que não vale a pena antecipar e muito menos ter pressa. Tudo acontece quando tem que acontecer. Talvez gostasse que fosses mais meiga e que me desses mais colinho, mas com tanta coisa por descobrir, não há tempo a perder, verdade? Tornaste tudo tão mais fácil e simples que até me senti mal, por ter complicado tanto com a tua irmã e sobretudo comigo e a minha visão complicada das coisas. Vivi tudo com muita intensidade, mas com demasiadas inseguranças e um medo de falhar as expectativas que tinha colocado tão elevadas, avassalador. Amei por demais ter tido uma filha única durante quase 5 anos, mas a tua chegada fez esse Amor crescer ainda mais. Foi precisamente isso que senti quando chegámos a casa: que ia rebentar de tanto Amor ( ok , as hormonas também ajudaram a criar esta sensação) . Por incrível que pareça filmei-te muito mais vezes (já a tua irmã tem talvez muito mais fotos que tu), mas queria ter conseguido guardar num livro tudo aquilo que cresceste durante este tempo. O que interessa é que nos rir e muito com as tuas gracinhas, quando chamas o gato, quando bates palminhas, quando fazes aquela careta de marota, quando começas a dançar ao som de qualquer coisa, quando empurras o skate e deslisas por casa, quando usas os teus brinquedos para escalar até mais alto, quando vês a tua irmã chegar e até susténs o ar, quando acordas a palrar, quando já te pões em pé sozinha, quando vês fruta e o lanche da mãe, quando dizes olá a toda a gente em modo papagaio, quando percebes que estamos a chegar à escola da mana que será a tua, quando abres os braços para ires para o colo daqueles que te são queridos (que é  praticamente toda a gente), quando brincas com água, quando escalas o escorrega, quando abres os braços e as mãos para cima a dizer: não há!, quando espalhas todos os livros de costura da mãe, quando dás abraços aos teus  amiguinhos. Tens uma luz especial e uma energia invejável e talvez seja por isso que por onde passes, não passas despercebida e espero que isso te traga muito boa vida. E tudo isto aconteceu no tal pestanejar, enquanto davas a tua primeira volta ao sol e nós girámos em torno de ti. Este teu primeiro ano voou  e isso tem tão de maravilhoso quanto de assustador. Espero que os próximos sejam igualmente intensos e que tu nos continues a mostrar o melhor de nós, como eu costumo dizer, quando dizem que tu és muito parecida comigo eu respondo que não, és a versão melhorada. Obrigada, por me fazeres ainda mais feliz , eu o teu pai e a tua irmã vamos continuar a fazer-te precisamente o mesmo. Apresento a Juleca todos os dias 15 desde 2014 <3

1 comentário:

  1. A mais bonita carta de amor... Parabéns mãe Madalena e pequena Júlia :) beijinho

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