sábado, 7 de novembro de 2015

O preço das coisas que não têm preço....

Custa-me (horrores) que se sobreponham interesses políticos e financeiros , aos do bem estar das crianças. Custa-me (horrores) que se use e abuse do poder para destituir aquilo que está bem implementado e a funcionar. Custa-me (horrores) perceber agora, na pele, porque o ensino público é tão mal considerado. Custa-me (horrores) que os pais não queiram saber e se demitam da sua responsabilidade enquanto educadores. Não é só deixar as crianças na escola e o que acontece lá dentro fica lá dentro. É envolver-se em tudo e mais alguma coisa. É não permitir que se façam delas peões dum jogo demasiado perigoso. Também não entendo estas leis que se atropelam umas ás outras e que o que está escrito aqui , pode deixar de estar acolá.  Peço desculpa mas recuso-me a ficar de braços cruzados e esperar que os outros resolvam por mim, ou pior que as coisas  se resolvam , por si. Escolhi ( sim até tive esse privilégio) a escola da minha filha,por ser das 4 do agrupamento a que tinha as melhores referências. Nota, o programa curricular é precisamente igual em todas as escolas , de Norte a Sul do país, o que as torna então tão diferentes ? As pessoas. Foi por existir um projecto com o qual nos identificamos, pessoas que fazem as coisas acontecer, estruturas de apoio montadas a funcionar e com provas dadas, que (só) a tenhamos inscrito ali. Por outro lado, acho maravilhoso que quando não existam esses suportes de apoio escolar e de acompanhamento ás famílias, as entidades competentes como autarquias ou juntas, cujo papel é fundamental para o bom funcionamento dos bairros e das pessoas que neles o habitam, se cheguem à frente . Já o que não compreendo ou posso aceitar é que se imponham, com tanta falta de consideração e respeito primeiro ás pessoas que desde sempre assumiram e bem esse papel, depois aos pais e por fim e mais importante que tudo as crianças. É toda esta pressa e falta de organização e informação que me deixa fora de mim. Demonstra que só poderão existir interesses superiores, à volta deste processo. Se este modelo de imposição e braço de ferro funciona noutros sítios, em que as pessoas tudo consentem sem direito de respostas  ( muitas porque são literalmente encostadas à parede), por aqui não terão muita sorte. Imposições legais? mas que raio de intimidação vem a ser isto? Quem no seu perfeito juízo apresenta ( sem ir devidamente informada ou documentada) aos pais como dado adquirido, numa sexta feira à tarde, uma alteração ao normal funcionamento das actividades complementares , a partir de segunda, sem que haja qualquer tipo de estrutura montada, funcionários ? Sendo que a principal razão que usam e justificam ( e não, não é A razão, ninguém é suficientemente ingénuo para nisso acreditar) é que as coisas vão ficar precisamente na mesma ? Mas se é para ficar na mesma e não para melhorar, afinal que interesses superiores nos escondem? Como posso eu confiar neste projecto que ainda não tem pessoas e que nos foi imposto de modo desconexo ? Claro que o condeno à partida. É demasiado triste quando no fundo se quer acreditar que a intenção até é das melhores, mas quando não existe qualquer tipo de fundamentação, informação, respeito, bom senso, são só fracos egos a falarem por cima e que deitam qualquer boa ideia  por terra. Lamentável para a imagem da(s) junta(s) de freguesia que afinal não ouvem a sua população. Lamentável que para outros pais lhes dê igual. Lamentável que se tenha em tão pouca consideração o ensino público. Mas sobre isto até tenho que voltar aqui para desabar. Mas afinal quem é que quer garantir os supremos interesses da criança ? mesmo algum imperativo legal que impeça os pais de quererem e fazerem o melhor para os seus filhos? Mas afinal quanto vale a minha filha?  Temos mesmo que sujeitar o futuro dos nossos filhos em assembleias municipais ? Triste, eu cá acho tudo isto revoltante e muito triste. 

Comecei a escrever este texto à uma semana. Porque afinal parecia haver abertura para diálogo e porque era s"ó preciso chegar ao coração das pessoas".blabalbalabla. Não me venham com tretas, que como sempre soube ( sim sou cada vez mais cética e descrente ) por ali não há corações e coragem muito menos. Parece que ontem (hoje é sábado) ao final do dia a Junta resolver confirmar que tem todas todas as condições ( mentira que as mais importantes, as humanas não tem) para assumir , depois de amanhã ( que é Domingo)as ditas actividades. 

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